O radialista Patrício Oliveira, 39, foi morto a tiros na tarde de ontem, em Brejo Santo (a 501 Km de Fortaleza). O comunicador tinha acabado de sair da rádio Sul Cearense AM, onde trabalhava como repórter policial, quando foi surpreendido por um homem em uma motocicleta a poucos metros da Igreja Matriz de Brejo Santo. Uma mulher que estava na garupa da moto pilotada pela vítima também se feriu e está internada no Hospital Geral de Brejo Santo.
Conforme a Polícia, o radialista transitava pela Rua Coronel Ferraz em uma moto quando foi surpreendido pelo criminoso que estava em outra motocicleta. O acusado emparelhou com a moto em que Patrício estava e efetuou vários disparos.
Ao ser baleado, o comunicador perdeu o controle da motocicleta e caiu. Ele permaneceu no local até a chegada de uma viatura da Polícia Militar (PM). Os policiais levaram Patrício ao hospital, mas ele já chegou morto na unidade de saúde. Conforme a equipe médica que tentou reanimar o comunicador, foram encontradas três perfurações no corpo da vítima, sendo duas na região do pescoço e uma na face.
Há alguns dias, o comunicador revelou a policiais que vinha sendo ameaçado de morte, por meio de ligações telefônicas, por pessoas supostamente envolvidas em ações delituosas e que já tinham sido citadas por ele durante as participações que fazia na emissora em que trabalhava. A Polícia, no entanto, alega ser prematuro afirmar que o crime foi praticado pelos autores das supostas ameaças.
Também não foi descartada a possibilidade de a morte do radialista estar ligada ao assassinado de um parente dele. Segundo um policial militar que pediu para não ser identificado, há cerca de dez anos, o familiar de Patrício, que trabalhava como guarda noturno em uma área comercial da cidade, foi morto.
A morte do comunicador, que era visto como uma pessoa pacata e trabalhadora, chocou a cidade de Brejo Santo. "Ninguém esperava por uma tragédia como essa. Ele havia acabado de sair da emissora após apresentar o programa. Uma ouvinte da rádio, que mora perto do local onde o crime ocorreu, telefonou pra emissora pra avisar sobre o que havia acontecido. A cidade inteira está sem acreditar", disse a diretora da rádio Sul Cearense, Anadeis Nunes.
O corpo do radialista Patrício Oliveira foi levado do necrotério do Hospital Geral de Brejo Santo para a sede da Perícia Forense (Pefoce), de Juazeiro do Norte, onde será necropsiado.
De acordo com o major PM Jair Matias Queiroz, comandante da 3ª Companhia do 2º BPM, patrulhas dos Destacamentos de Brejo Santo, Porteiras, Mauriti, Jati e de outros municípios estão auxiliando nas buscas ao suspeito do crime.
O oficial afirmou que as diligências continuam em parceria com a Polícia Civil e nas próximas horas o suspeito pode ser localizado e preso. "Ele (Patrício) era uma pessoa séria e nos ajudava muito no trabalho aqui na região contribuindo com informações relevantes. Lamentamos o ocorrido e estamos trabalhando para prender o responsável", disse o major Queiroz.
O delegado Júlio Agrelli, da Delegacia Regional de Brejo Santo, confirmou que o radialista estava sofrendo ameaças, apesar de ele não ter registrado Boletim de Ocorrência (B.O). "Já temos uma linha de investigação, mas manteremos sigilo para não atrapalhar as investigações. Estive no local do crime e no hospital colhendo informações e estou com uma equipe de policiais trabalhando diretamente neste homicídio com o objetivo de localizar o acusado", afirmou Agrelli.
Representantes da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acert) e da Associação Cearense de Imprensa (ACI) repudiaram a agressão contra o radialista e afirmaram que acompanharão as investigações sobre o caso.