Há exatamente um ano a Polícia Federal deflagrava a operação que se consolidaria como a maior força-tarefa contra a corrupção do país. Era manhã do dia 17 de março de 2014 quando agentes da PF saíram às ruas pela primeira vez para cumprir mandados de busca e apreensão a suspeitos de pagar e receber propina por obras da Petrobras - um esquema que pode ter movimentado mais de R$ 10 bilhões.
A Lava Jato fecha o ciclo dos 12 meses com dez fases de investigação realizadas, que somam mais de 350 mandados de prisões preventivas, temporárias, de busca e apreensão e condução coercitiva (quando o investigado é obrigado a prestar depoimento).
As investigações deram origem a 19 ações penais contra 82 réus - 11 deles já foram condenados e recorreram da decisão - além de cinco ações civis públicas contra empreiteiras suspeitas no esquema. As ações tramitam na Justiça Federal do Paraná porque foi lá que começaram as investigações sobre lavagem de dinheiro.
Os políticos envolvidos no esquema, no entanto, são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, usou as informações da Lava Jato para encaminhar a denúncia e os pedidos de abertura de inquérito.
Ao todo, 48 políticos são investigados (22 deputados, 13 senadores, 12 ex-deputados, 3 governadores e uma ex-governadora).
Segundo as investigações da Lava Jato, havia um clube de empreiteiras que combinava quais as empresas iriam concorrer aos processos de licitação da Petrobras. O contrato era garantido por meio de pagamento de propina a funcionários (gerentes e diretores) da estatal e a agentes políticos.
Ainda de acordo com a Lava Jato, o dinheiro da propina também abastecia partidos políticos. Geralmente as quantias desviadas eram destinadas a campanhas eleitorais. Os principais investigados seriam o PT, PSDB, PMDB, PP e PTB.
Prisões
Ao todo, 22 pessoas estão presas. A maioria delas na carceragem da superintendência da PF em Curitiba. Entre eles há executivos, doleiros e ex-diretores da Petrobras.
As prisões mais recentes aconteceram nessa segunda-feira, quando foi deflagrada a décima fase das investigações. O primeiro a ser detido, por volta das 6h, foi o ex-diretor de Serviços Renato Duque. Segundo as investigações, ele continuou recebendo propina mesmo depois de a Lava Jato ter sido deflagrada.
Diante da perplexidade, a força-tarefa composta por PF, Ministério Público e Justiça Federal batizou a décima fase de "Que país é esse?".
Foram cumpridos ao todo 18 mandados judiciais.