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terça-feira, 17 de março de 2015

Dilma anunciará pacote anticorrupção nesta semana

Os ministros da Justiça e de Mina e Energia falaram em coletiva de imprensa após reunião com a presidente Dilma Rousseff / Antônio Cruz/Agência BrasilOs ministros da Justiça e de Mina e Energia falaram em coletiva de imprensa após reunião com a presidente Dilma RousseffAntônio Cruz/Agência Brasil

A afirmação é do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que voltou a ser o porta-voz do governo após reunião da presidente com mais dez ministros de articulação política do governo na manhã desta segunda-feira. 

O grupo se reuniu por quase três horas no Palácio do Planalto. Eles fizeram uma avaliação das manifestações contra o governo, que aconteceram em todo o país nesse domingo, e analisaram o efeito dos protestos para a população e ao próprio governo federal. 

José Eduardo Cardozo ressaltou o caráter democrático das manifestações e disse que a indignação popular é legítima. Ele disse ainda que o governo está aberto ao diálogo "com todas as forças sociais, sejam as que apoiam ou as que estão na oposição".

O ministro, no entanto, lembrou que a corrução é um fenômeno antigo e exaltou que hoje há independência da Polícia e do Ministério Público Federal. 

Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que estava na coletiva de imprensa ao lado de Cardozo fez coro ao colega: "instrumentos contra a corrupção ganharam força. É só olhar quais eram os papéis do MPF e da PF antes e hoje. É uma verdade e temos que ter poder a análise". 

Braga declarou ainda que é muito cedo para julgar o mandato da presidente petista. "Dilma foi eleita para quatro anos, estamos apenas no segundo mês do mandato. Acho que teremos um balanço importante a ser feito em 2018. Teremos tido a oportunidade de fazer os ajustes e entregar o país da maneira que a presidente prometeu aos eleitores", enfatizou. 

O silêncio de Dilma
Questionado sobre o porquê de Dilma Rousseff não se manifestar e sobre quando ela falaria diretamente com a imprensa, o ministro José Eduardo Cardozo respondeu que há duas formas de a presidente se manifestar: "através de seus ministros e quando há oportunidade na sua agenda". E completou, "seguramente ela vai falar".

"Ela não é frágil", prosseguiu Cardozo. O ministro chamou a presidente de uma mulher "muito firme", que "sabe conduzir a equipe dentro das orientações que a levaram à presidência da República". 

O ministro disse ainda que a avaliação do governo sobre as manifestações é de que "há um desconforto com o sistema político" do país. "Líderes políticos foram impedidos de falar (nas manifestações de domingo). Há um desconforto dos brasileiros com os políticos. Isso acontece porque ao nosso ver o sistema não permite ao brasileiro que se sinta representado. Nós temos que refletir sobre isso", declarou.

Segundo ele, no entanto, o grupo não tratou sobre o tema reforma política durante a reunião realizada pela manhã.

Novas manifestações
Sobre a convocação de novas manifestações contra o governo, já marcadas e divulgadas nas redes sociais para o dia 12 de abril, José Eduardo Cardozo disse apenas "é possível que ocorram e é legítimo. A democracia é assim". 

Cardozo lembrou da época da ditadura, em que "era impensável bater penela enquanto um ministro da Justiça estava falando" - fazendo referência ao protesto que aconteceu durante a sua fala, após a série de atos contra o governo, na noite de domingo.


Ele reafirmou que o governo está aberto ao diálogo e que manifestações como as de domingo são "verdadeiramente democráticas".