No Cariri, o prenúncio dado pela Funceme de mais um ano de estiagem desestabilizou autoridades políticas. A preocupação com a escassez prolongada, comumente enfrentada pelos moradores rurais, se estendeu aos perímetros urbanos. O quadro climático se agrava ainda mais com a possibilidade de paralisação, por tempo indeterminado, do Cinturão das Águas, obra crucial para garantir a segurança hídrica e evitar um colapso de água na região.
Para o secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Serviços Públicos de Juazeiro do Norte, Silva Lima, se o Cinturão das Águas não for retomado logo, a problemática com a água será imensurável. “Todas as obras federais estão paradas. Não chega dinheiro pra nada. Até as do Parque Ecológico, em Juazeiro, estão suspensas por falta de repasse”. O titular da pasta ressalta que, sem um prognóstico positivo de chuvas, os reservatórios também poderão ser insuficientes para a demanda local.
A paralisação dos trabalhos das empreiteiras que atuavam no Cinturão das Águas levantou a hipótese de que o Estado não disporia de recursos para retomar a obra prometida para início de 2016. Sobre o caso, o governador do Ceará, Camilo Santana, em visita ao Cariri para inaugurar uma adutora em Caririaçu, disse que o atraso no pagamento das empresas se deu por causa das transições de governo. Ele garantiu ter conseguido a liberação da verba federal, junto ao Ministério da Integração Nacional, para quitar a dívida com as empreiteiras, ainda esta semana.