O governo da Indonésia permanece determinado a fuzilar mais um grupo de estrangeiros condenados por tráfico de drogas. Segundo o porta-voz da Justiça no país, Tony Spontana, a promotoria recebeu as cópias oficiais do decreto presidencial que rejeita os pedidos de clemência de 11 pessoas.
"O gabinete do procurador-geral tem agora 11 condenados no corredor da morte prontos para a execução", confirma Spontana.
Na lista consta o nome do brasileiro Rodrigo Gularte, condenado à pena de morte em 2005 por tentar entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf.
Na semana passada o ministério das Relações Exteriores do Brasil já havia informado que pedido de clemência de Rodrigo Gularte foi rejeitado pelas autoridades indonésias. Ainda assim, a diplomacia brasileira afirmou que pretendia seguir trabalhando até "esgotar todas as possibilidades".
A defesa do brasileiro tem esperanças que o governo da Indonésia reconsidere a decisão por razões médicas. Rodrigo foi diagnosticado com esquizofrenia e, de acordo com a lei do país, ele poderia ser internado em um hospital psiquiátrico em vez de ser executado.
A mãe de Rodrigo Gularte visitou o filho pela última vez em 2014. Em entrevista recente, ela declarou que o filho estava "totalmente transformado" e havia perdido 15 quilos.
Além da clemência do brasileiro, o presidente Joko Widodo rejeitou os pedidos de dois australianos que estão no corredor da morte há quase dez anos, de um francês, um nigeriano, um ganense, um filipino e quatro indonésios.
Marco Archer
No dia 18 de janeiro a Indonésia executou seis pessoas, entre elas Marco Archer (o primeiro brasileiro a ser executado por pena de morte no exterior).
O Brasil, assim como a Holanda - que também teve uma pessoa executada -, reagiu com uma convocação para consultas de seus embaixadores.
A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em um comunicado que estava "consternada e indignada" com o fuzilamento, que traria consequências para as relações bilaterais.
As execuções de janeiro foram as primeiras desde a chegada ao poder, em outubro do ano passado, do presidente Widodo. Ele colocou em prática o discurso que sustentava durante a campanha eleitoral.
"Não haverá clemência para os narcotraficantes", afirmou Widodo pouco depois de assumir o cargo.