A torcedora gremista Patrícia Moreira, de 22 anos, que foi flagrada por câmeras de televisão ao gritar “macaco” para o goleiro Aranha, do Santos, no jogo contra o Grêmio pela Copa do Brasil, em Porto Alegre, na semana passada, continua sem um defensor. Na manhã desta segunda-feira, o advogado Guilherme Rodrigues Abrão foi procurado pela jovem em seu escritório, em uma área nobre da capital gaúcha. Em um primeiro momento, foi dado como concretizado o acerto entre as partes e que Abrão representaria Patrícia. Mas no início da tarde, o advogado recuou e abandonou o caso.
Abrão, que é conselheiro do Grêmio, chegou a dar entrevistas como representante de Patrícia. Ele foi procurado pela reportagem para explicar se o fato de ser ligado ao Conselho Deliberativo do clube gaúcho o impediu de seguir no caso, mas sua assessoria informou que ele apenas havia sido procurado por Patrícia e que lhe deu uma instrução inicial de como se portar durante o inquérito.
Patrícia estuda a melhor maneira de fazer um pedido de desculpas a Aranha - ela deseja se encontrar com o goleiro do Santos e explicar que não pensou nas consequências de seus atos. A jovem está assustada. Ela já perdeu o emprego, teve todos seus dados pessoas expostos na internet e foi ameaçada de estupro. No final de semana, a sua casa, no bairro Passo das Pedras, na capital gaúcha, foi apedrejada.
O delegado da Polícia Civil Herbert Ferreira, responsável pelas investigações, pretende ouvir a torcedora ainda nesta semana.