O vice-presidente nacional do PT, José Guimarães, declarou, ontem (29), em ato falho, que "quem é PT, quem tem compromisso estratégico com o PT apoia Eunício, apoia Camilo e apoia Mauro Filho". Na ocasião, o petista comentava sobre a importância de respeitar os interesses do partido acima, inclusive, dos interesses pessoais.
Há cinco dias das eleições, mesmo que ainda em um ato falho, a declaração representa bem a complicada situação pela qual passa o PT no Ceará. Com a escolha de Camilo Santana (PT), político muito próximo ao governador Cid Gomes (PROS), como candidato ao governo, políticos petistas acabaram sendo escanteados da campanha, o que gerou uma crise na aliança PT-PROS, agravada com a escolha do laranja como cor de campanha, em detrimento do tradicional vermelho petista.
A ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT), por exemplo, até o momento não declarou apoio ao candidato do partido e ainda fez duras críticas à gestão de Cid Gomes, principal articulador político de Camilo. Até mesmo o ex-presidente Lula, que não iria se envolver na disputa pelo Palácio da Abolição, aceitou receber Camilo e Guimarães na esperança de por um fim à questão, mas não obteve sucesso.
Confusão nacional
A confusa situação do PT não fica só em solo cearense, as duas principais lideranças nacionais do partido, a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, evitaram se envolver na disputa pelo Palácio da Abolição, omitindo-se de declarar apoio tanto a Eunício Oliveira (PMDB), quanto ao petista Camilo Santana. A medida foi um reflexo da crise nacional entre PT e PMDB e do desempenho de Eunício nas pesquisas de intenções de voto.