O Bispo do luxo |
O papa Francisco finalmente aceitou a renúncia do bispo
da diocese alemã de Limburgo, Franz-Peter Tebartz-van Elst, que havia
sido afastado temporariamente de seu cargo após a divulgação de suas
excessivas despesas, como a construção de uma suntuosa residência
episcopal.
O escritório de imprensa do Vaticano comunicou que a Congregação dos
bispos, após estudar o relatório da comissão criada para conhecer os
fatos, decidiu que "Tebartz-van Elst não tinha mais condições de exercer
sua função adequadamente".
Diante deste fato, o papa Francisco aceitou a renúncia apresentada
pelo chamado "bispo do luxo" no último dia 20 de outubro e, inclusive,
nomeou Manfred Grothe como administrador da diocese.
A nota acrescenta que, "quando chegar o momento", Tebartz-van Elst receberá outra acusação.
Além de ter nomeado outro administrador, o papa Francisco também
pediu aos fiéis da diocese de Limburgo acolherem sua decisão com sossego
e com o compromisso de querer encontrar um clima de caridade e de
reconciliação.
No passado 20 de outubro, o papa argentino chegou a receber no
Vaticano o bispo de Limburgo, que estava há vários dias em Roma para
poder explicar sua versão dos fatos, mas acabou pondo seu cargo à
disposição do pontífice.
O caso explodiu depois que a imprensa alemã denunciasse o luxuoso
estilo de vida do prelado e, principalmente, o custo das obras de sua
nova residência episcopal, que superavam os 31 milhões de euros, frente
aos 5,5 milhões inicialmente anunciados.
A luxuosa residência conta, entre outras coisas, com uma banheira no
banheiro pessoal do bispo de 15 mil euros e um refeitório de 63 metros
quadrados, avaliado em quase 3 milhões de euro, despesas que contrariam o
estilo simples e humilde defendido por Francisco.
Após a grande repercussão do caso, o papa Francisco tomou a decisão
de afastar o bispo e criar uma comissão para traçar uma "profunda
análise sobre a construção da sede episcopal".
A polêmica ligada ao caso foi tanta que motivou até um pronunciamento
da chanceler alemã, Angela Merkel, que qualificou o gesto do "bispo do
luxo" como uma "grande carga" para os católicos.