Onze
pessoas em uma canoa motorizada com capacidade para cinco. Apenas uma
usava colete salva-vidas e só duas sabiam nadar. O condutor conhecia o
básico sobre os comandos da embarcação, mas não era habilitado para
pilotar o veículo. O resultado da sequência de negligências foi uma
tragédia: sete mortes — quatro crianças, uma adolescente e dois homens
perderam a vida na tarde do último sábado (22), quando a canoa virou e
eles se afogaram nas águas do Rio Corumbá. Os 10 passageiros eram
parentes, visitando a chácara da matriarca da família no município
goiano de Luziânia (GO). A residência fica a pouco mais de 90
quilometros de Brasília.
A família, a maioria moradora de Santa Maria, fazia uma visita à avó,
que não teve o nome revelado. Ela havia comprado um sítio no Condomínio
Júnior Favila. O lote fica às margens da Barragem III do Rio Corumbá,
em Luziânia. Segundo parentes das vítimas, o grupo planejava se divertir
na água. Porém, por volta das 15h, um vizinho, Januário Silva dos
Santos, 53 anos, se ofereceu para levar o grupo em um passeio de canoa.
De acordo com o que Joseane da Silva, 24 anos, uma das sobreviventes,
contou à polícia, a tragédia aconteceu quando o proprietário do barco
fez uma curva brusca. A água invadiu o veículo e a maioria dos
tripulantes correu para o outro lado. Com o desequilíbrio, a canoa teria
virado.
O condutor contou outra versão para o Corpo de Bombeiros de Goiás. De
acordo com Januário, um dos adultos, embriagado, teria brincado com a
adolescente Sara da Silva, 16 anos, e jogado água nela. A menina,
irritada, teria ficado em pé na canoa, que, desequilibrada, virou. A
perícia da Polícia Civil esteve ontem durante todo o dia no local, e o
laudo da tragédia deve ficar pronto em até 60 dias.