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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Em plenário, Eunício entrega projeto de lei para reforma do Código Penal


Em solenidade no Plenário do Senado nesta quarta-feira (05), o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) entregou à presidência da Casa o relatório final ao projeto de Lei 236/12 que faz mudanças no Código Penal brasileiro. 

Os dispositivos foram debatidos e aprovados através do trabalho de uma comissão especial presidida por Eunício e com a relatoria do senador Pedro Taques (PDT-MS).  A proposta muda o código para tornar crime a prática de “caixa dois”, o enriquecimento ilícito e os maus-tratos a animais. Também está previsto o aumento da pena de homicídio simples e mais rigor na progressão do regime prisional.

Ao agradecer o apoio dos membros do colegiado, o senador Eunício disse que o resultado final só foi possível graças à contribuição de vários atores, ao citar a participação dos juristas, na pessoa do ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, que foi presidente da comissão de notáveis criada pelo então presidente do Senado, José Sarney e responsável por apresentar aos senadores, um texto com mudanças na legislação do País. “Isso possibilitou-nos um relatório com mecanismos capazes de efetivamente atualizar o Código Penal Brasileiro a partir de uma perspectiva que contemple os modernos desejos da população brasileira”, reconheceu.

Eunício ainda disse que uma lei mais firme e justa é uma das prioridades da sociedade e que por isso, o legislativo precisa dar essa resposta, aprovando a matéria, agora na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “Seguramente, a reforma do Código Penal Brasileiro está entre as prioridades da nossa sociedade, porque tem reflexos diretos sobre a segurança pública e a criminalidade, temas que estão entre as principais preocupações da nação nos últimos 30 anos”, disse.

O relator, senador Pedro Taques, explicou que o texto diminui os atuais 1.750 tipos penais para 355. Deles, 45 excedem a pena de oito anos de prisão. Taques admitiu que o projeto não é perfeito, mas é o que “foi possível de ser feito”. Segundo o relator, o trabalho da comissão teve de lidar, além das questões jurídicas, com assuntos como religião, política, sociologia e com “várias vaidades que existem na pessoa humana”.

Presente na solenidade, o ministro Gilson Dipp elogiou o trabalho desempenhado pela comissão especial, ao afirmar que nos últimos anos, nenhum grupo conseguiu concluir e aprovar regras tão consistentes para essa área.

A proposta sugere penas maiores para crimes contra a vida, aumenta o rol de crimes hediondos e torna mais rigoroso o modelo de progressão de penas, impondo ao condenado por crime mais grave tempo maior sob regime fechado nos presídios.

O texto preservou o limite máximo de 30 anos de prisão, mas com ressalva caso ocorra condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena. Nessa hipótese, o limite máximo poderá passar a ser de 40 anos, não importando o período de pena já cumprido. Sem adotar a tipificação do crime de feminicídio, o relatório aumenta a pena para o crime de lesão corporal praticado no ambiente doméstico. A proposta também tipifica o crime de enriquecimento ilícito e aumenta as penas para a corrupção.

Em relação ao texto dos juristas, a comissão manteve a orientação de Taques sobre dois dos mais polêmicos temas: no caso das drogas, retirou dispositivo que podia descriminalizar o porte para uso pessoal e, quanto ao aborto, afastou a hipótese de legalização da prática até as 12 primeiras semanas em razão da incapacidade psicológica da gestante de arcar com a gravidez.

Com informações da Assessoria do Senador Eunício Oliveira