O Brasil lidera, ao lado dos EUA, da Austrália e da Ilha Reunião
(França), o ranking de mortes por ataques de tubarão em 2013 no mundo.
São dois óbitos no ano. O dado faz parte de um dos maiores bancos de
dados sobre acidentes envolvendo os animais, o Global Shark Attack File,
mantido pelo Instituto de Pesquisas sobre Tubarões (SRI, na sigla em
inglês), em Princeton, Nova Jersey.
Segundo o instituto, ocorreram 116 ataques no ano passado – 13 pessoas
morreram. O número é praticamente igual ao registrado em 2012 e 2011
(115 ataques cada um, com 9 e 13 mortes respectivamente). O banco de
dados agrega 5.450 registros (com incidentes detalhados desde o século
17). Os dados são incluídos por pesquisadores locados em todos os
continentes – a maioria após checagem de notícias em meios de imprensa
locais. Muitas das vítimas sobreviventes são entrevistadas para a coleta
das informações.
Os EUA são o país com mais registros de ataques no ano passado: 60. Na
maior parte dos casos, as vítimas tiveram ferimentos nos braços ou nas
pernas, mas escaparam da morte. A Austrália aparece logo atrás, com 19
ataques. A África do Sul aparece com nove; Bahamas tem seis.
No Brasil, as vítimas dos dois ataques registrados morreram – ambas em
Pernambuco. Em maio, José Rogério da Silva, de 41 anos, morreu após
entrar no mar na Praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo
Agostinho, Litoral Sul do estado. Segundo o Instituto Médico Legal
(IML), a causa da morte foi “ataque de animal de grande porte”.
Em julho, a turista paulista Bruna Gobbi, de 18 anos, se tornou a
primeira mulher vítima dos tubarões no estado do Nordeste. Ela foi
mordida na Praia de Boa Viagem. A jovem chegou a ser levada ao hospital e
teve parte da perna amputada, mas não resistiu aos ferimentos.
Em Pernambuco, os ataques são contabilizados desde 1992 pelo Comitê
Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões. As estatísticas
revelam que 70% das vítimas tinham entre 14 e 25 anos e que 35% das
ocorrências foram registradas durante o período de lua cheia. Dos 59
ataques, 23 ocorreram na Praia de Boa Viagem e 17 na vizinha Praia de
Piedade, situada no município de Jaboatão dos Guararapes. Segundo o
comitê, 35 vítimas dos tubarões em Pernambuco sobreviveram; 24 pessoas
morreram após serem mordidas pelos animais.
No ano passado, o Ministério Público de Pernambuco recebeu um relatório que demanda a subnotificação de casos de ataques de tubarão no litoral do estado. A
Promotoria começou a ouvir testemunhas, representantes de ONGs e órgãos
que pesquisam a costa pernambucana para fundamentar uma possível ação
civil pública pedindo desde a interdição de pontos críticos de praias no
Grande Recife até a instalação de redes de proteção no mar.
O objetivo do instituto norte-americano é mostrar que os acidentes envolvendo os animais são raros e enfatizar que o número de mortes é ínfimo se comparado ao de outros acidentes na água. Com isso, a entidade busca mudar a percepção de que os tubarões são animais ‘sanguinários’, já que a maioria das ocorrências se dá em razão da interferência do homem em seu habitat.
Mortes por ataque de tubarão em 2013
(dados do Instituto de Pesquisas sobre Tubarões, o SRI)
Brasil – 2
Austrália – 2
EUA – 2
Ilha Reunião (França) – 2
Ilha Diego Garcia (Reino Unido) – 1
África do Sul – 1
Jamaica – 1
Guam – 1
Nova Zelândia – 1
(dados do Instituto de Pesquisas sobre Tubarões, o SRI)
Brasil – 2
Austrália – 2
EUA – 2
Ilha Reunião (França) – 2
Ilha Diego Garcia (Reino Unido) – 1
África do Sul – 1
Jamaica – 1
Guam – 1
Nova Zelândia – 1