Afirmando estarem cansados de esperar por um encontro com o governador do Ceará, Cid Gomes, dois policiais militares que estão sub judice subiram às 3h na torre torre da TV Assembleia nesta sexta-feira (3), em Fortaleza. “Faz 17 dias [que estão acampados na Assembleia Legislativa], subiram porque estamos cansados de o governo só fazer promessa”, explica o policial Alex Patrick, de 28 anos.
Cerca de 20 policiais na mesma situação estão acampados no local até resolverem a situação de trabalho. De acordo com eles, 632 foram aprovados em um concurso público de 2008, por meio de 2ª chamada para 860 vagas. Eles passaram por treinamento, trabalharam nas ruas por quase três anos sem receber salários e, em julho deste ano, foram afastados das funções da corporação pelo Governo do Estado. Segundo o grupo, eles foram escalados para trabalhar durante a Copa das Confederações, em junho deste ano.
“Não entendo a atitude do governador porque todos trabalharam na Copa das Confederações, estão cadastrados no Ciops como policiais e consta no site que estão trabalhando nas ruas, mas não estamos. Isso é um absurdo”, disse o outro policial, Alex Duarte, de 22 anos. De acordo com o Governo do Estado, os candidatos afastados por decisão judicial, a pedido da Procuradoria Judicial da PGE, não cumprem alguns dos requisitos necessários para a aprovação no concurso, como nota mínima das provas objetivas, exames físicos e psicológicos e até investigação social.
Já a policial Irani Guedes Santiago afirma que passa por dificuldades financeiras porque não pode trabalhar em outro lugar devido a atual situação. "Já que estamos cadastrados no Ciops como policiais militares não podemos conseguir outro emprego. Ninguém quer contratar a gente. Já que o governador não quer resolver o nosso problema que pelo menos legalize nossa situação para que possamos ir trabalhar em outro lugar", desabafou.
Ainda segundo Irani Guedes todos os policiais possuem o Cartão Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) do Governo Federal e do Instituto de Saúde dos Servidores do Estado do Ceará (Issec). "Esses dois cartões são uma prova de que trabalhei como policial. E sem justificativa fui mandada para fora. Isso é um absurdo", conta.
A policial Emanuelle Gomes acrescenta que todos os policiais afastados passaram nos exames. "Realizamos testes como todo concursado. Foram três etapas. O teste físico, o teste psicotécnico e prova escrita. Se fomos aprovados e já fomos para rua, porque fomos demitidos?", indagou.