Esta cidade é polo de fabricação de cadeiras de balanço com 10 unidades
produtoras. A produção é comercializada para municípios cearenses e para
outros Estados. A fábrica DK, instalada há quatro anos, é um exemplo de
sucesso e de expansão dos negócios em curto tempo. São fabricadas por
mês mais de dez mil peças e gerados 135 empregos diretos.
O
empresário Cláudio Vitorino de Aquino tem uma história de vida marcada
por esforço em vencer os obstáculos. Obteve êxito, mas enfrentou as
dificuldades com trabalho e dedicação. Além da fábrica de cadeira,
Aquino, como é conhecido, administra uma madeireira, equipes de
crediaristas e implantou unidades de produção de almofadas e do plástico
(macarrão) de revestimento das cadeiras.
O empreendedor começou a
vida como mototaxista, em Iguatu. Trabalhou também em depósito de venda
em atacado de cereais e cobrador em uma fábrica de cadeira de balanço.
Depois passou a ser crediarista. Percorria ruas, sítios, cidades e
vendia as cadeiras semelhantes aos modelos que hoje ele próprio fabrica.
"Comecei vendendo quatro cadeiras, depois cheguei a 80 e em poucos
meses, vendia mais de 200 unidades por mês", contou. Alugava camioneta,
mas logo comprou um caminhão e ampliou as vendas para mais de três mil
unidades por mês. Passou a fazer negócios com lojistas, vendendo no
atacado.
Incentivo
Foram anos de trabalho
intenso e de aprendizagem. Aquino recebeu o incentivo de outro
vendedor, Francineudo Pereira, que hoje também é fabricante de cadeiras
de balanço (Tubferro). "Ele sugeriu a venda no atacado, que deu certo,
ampliando o faturamento", contou. "A gente representava uma fábrica
local".
Há quatro anos, por causa da concorrência que colocava no
mercado produtos com melhor qualidade, assistiu à estabilização nas
vendas e tomou a decisão de abrir o próprio negócio. "Já tinha
experiência no ramo e decidi começar uma fábrica de cadeira e manter a
venda em crediário", contou. "Comecei com dez funcionários e dois anos
depois cheguei a 135", disse. "Fabricava 800 cadeiras por mês, mas hoje
são mais de dez mil". O investimento inicial foi de R$ 24 mil na compra
de máquinas usadas de solda, corte e dobra das peças de metal. "Não
houve muitas dificuldades porque eu dominava o processo, conhecia as
etapas de fabricação", explicou. Ainda no primeiro ano, investiu mais de
R$ 50 mil em compra de matéria-prima.
"Fui o primeiro
crediarista de cadeira de balanço", lembra com orgulho. "Hoje sou
fabricante". O período de 2011 e 2012 foi de crescimento na produção e
nas vendas, mas neste ano houve uma manutenção da quantidade de peças
fabricadas. "Estamos mantendo, mas em alguns meses produzimos até 15 mil
peças", disse. "Hoje vejo que tive uma atitude de coragem. Investi e
ganhei".
Na avaliação de Aquino, o mercado continua favorável à
venda de cadeiras de balanço. "A margem de lucro diminuiu, os custos
aumentaram por causa da concorrência de pequenas fábricas informais que
têm menor despesa", explicou. A administração da empresa é dividida com a
esposa, Macilene Viana. A denominação da fábrica DK vem das duas
primeiras letras do nome da primeira firma aberta por Aquino, a
Distribuidora Kariane.
Reportagem de Honório Barbosa/Diário do Nordeste