A médica Ana Patrícia de Lima Barbosa, mastologista da Santa Casa de Fortaleza, é taxativa ao afirmar que se os médicos detectarem precocemente a existência de nódulos nas mamas das mulheres, elas poderão ser tratadas e ficar livres do câncer. “Com tratamento correto a partir de um diagnóstico mais cedo, pode-se perfeitamente conter o avanço da doença e curar a portadora de câncer”, informa a médica.
A Dra. Ana Patrícia defende uma mobilização conjunta de toda a sociedade brasileira para que as mulheres, a partir de 25 anos de idade, comecem a se preocupar com a realização de exames das mamas. “Esses exames poderão ser feitos pelas próprias pessoas, em casa, durante o banho, apalpando delicadamente as mamas e procurando nelas qualquer alteração palpável”, explica.
Segundo a especialista, em se detectando qualquer anormalidade durante o auto-exame, a pessoa deve consultar um médico sem mais delongas. Ela diz ainda que em muitos casos, a cliente relata para o médico o seu desconforto por causa de dores na mama. Mas os tumores cancerosos, mesmo instalado nesses locais, não provocam dor. Exames mais acurados são necessários para a detecção da moléstia.
Na sua concepção, quando já existirem registros de câncer na família os cuidados das mulheres precisam ser redobrados. Estudos científicos comprovam que de cinco a dez por cento dos problemas de câncer têm origem genética. Os tumores estão mais freqüentemente instalados nas mamas e nos ovários.
A especialista chama a atenção das mulheres de todas as idades para a necessidade da prevenção da doença. Antes de tudo precisa-se acabar com o tabu que encobre o câncer. “Se o mal está diagnosticado devemos começar um tratamento imediato para reverter o quadro. Esconder os sintomas é a mesma coisa que estar esperando pelo pior”, afirma à especialista.
A mamografia mostra o tumor, mas não tem ainda 100% de eficiência, na opinião da Dra. Ana Patrícia. Porém, associada a outros exames como a um minucioso exame clínico realizado por especialista e a uma ultra-sonografia mamária, os resultados passam a ser muito bons. Na sua ótica, o recomendado mesmo seria a realização de uma ressonância magnética, exame eficiente, mas que infelizmente não está ao alcance da maioria das mulheres em função direta do seu elevado custo.
Entretanto, está comprovado cientificamente que o câncer é uma doença multifatorial. Além de alterações de ordem genética, o surgimento de tumores cancerosos pode se concretizar a partir de alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo e da ingestão regular de bebida alcoólica. Mesmo quem não tem história de câncer na família deve fazer uma mamografia entre 35 e 40 anos, e daí a cada três anos. Depois dos 60 anos é recomendada uma mamografia uma vez por ano.
Os números oficiais da incidência de câncer não são nada animadores. Pelo menos 60 mil mulheres deverão contrair câncer de mama este ano no Brasil. E dessas, pelo menos 15 mil morrerão. Os levantamentos partem do Instituto Nacional do Câncer que se preocupa com a evolução desses dados, já que cresceram bastante em relação ao ano passado, quando foram registrados 52.680 casos em todo o território brasileiro.
A Dra. Ana Patrícia explica que se existe história de câncer de mama na família existe um risco aumentado em cinco vezes. E vai mais além no seu raciocínio:
Se dois parentes de primeiro grau possui câncer de mama, o risco da paciente é de 25%, ou quatro a seis vezes, ou tão alto quanto 50% se uma das duas parentes desenvolver doença bilateral antes dos cinqüenta anos de idade.
Fatores que aumentam o risco:
1. Fatores hormonais:
· Menarca precoce (idade < 12);
· Menopausa tardia (idade > 55).
2. História reprodutiva:
· Nuliparidade (aumenta o risco em 30%);
· Primeira gestação após 30 anos
Dra. Ana Patrícia de Lima Barbosa, mastologista da Santa Casa