Para surpresa do PMDB, que já havia fechado acordo em torno do nome do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) para o cargo de ministro da Integração Nacional, e estava dando como certa a sua indicação, tomou posse ontem em Brasília, como ministro interino, o engenheiro cearense Francisco Teixeira. A cerimônia de transmissão de cargo ocorreu às 17 horas de ontem, na sede do ministério, em Brasília.
Nota divulgada pela Pasta cita que Teixeira foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff (PT) "para dar continuidade aos trabalhos do Ministério da Integração Nacional".
O engenheiro civil é mestre em Recursos Hídricos e havia integrado a equipe técnica da pasta, entre 2005 e 2007, como assessor especial. Ele é servidor público da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) e já esteve à frente do órgão como presidente. Ocupava, desde fevereiro de 2012, o cargo de secretário de Infraestrutura Hídrica no governo Dilma.
Em seu discurso de posse, Teixeira ressaltou o importante trabalho desenvolvido por Fernando Bezerra (PSB), que o antecedeu e foi obrigado a entregar o cargo por solicitação de seu partido, o PSB. Ele ressaltou a importância de projetos como o da Integração do Rio São Francisco e lembrou que mais de 60% do orçamento Pasta é destinado às ações para oferta hídrica no País.
Sobre a saída de Bezerra, o Palácio do Planalto divulgou nota oficial, na qual a presidente afirma que "saiu o ministro, mas ficou o amigo". A nota classifica o trabalho de Bezerra como "extraordinário" e afirma que ele prestou "relevante contribuição ao governo e ao país".
No Twitter, o ex-ministro disse ter tido uma conversa agradável com a presidente e agradeceu a oportunidade de servir o País como ministro.
Interlocutores do PMDB afirmaram que a nomeação interina de Teixeira não foi bem vista por integrantes do partido que ainda aguardam posicionamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) sobre a indicação do engenheiro cearense.
Na contramão do seu partido o vice-líder do governo, deputado Danilo Forte (PMDB-CE) afirmou que seu coração é "mais cearense do que peemedebista" e reconheceu que torce para que Teixeira seja efetivado.