Ainda faltam dois meses para o final de 2013 e o Ceará já superou a marca de 1.000 transplantes realizados. Até a manhã desta terça-feira (29), 1.044 transplantes foram feitos no Estado. É o terceiro ano que o Ceará ultrapassa a marca de 1.000 transplantes. A primeira vez foi em 2011, com a realização de 1.297 transplantes. Em 2012, foram feitos 1.269 transplantes, de acordo com a Central de Transplantes, da Secretaria de Saúde do Estado.
Segundo o Governo do Estado, alguns fatores contribuíram para esse desempenho positivo, como a descentralização na captação de órgãos e a incorporação de dois novos hospitais - o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, e o Hospital Regional Norte, em Sobral - na captação de órgãos. Além disso, o serviço aéreo para transporte de órgãos do Interior para a Capital e até de outros Estados em qualquer dia e hora da semana, também contribui para o aumento e qualidade dos transplantes.
Em 2011, o Ceará passou a realizar transplantes de pulmão, o primeiro das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No primeiro ano, foram realizados quatro transplantes de pulmão. No ano seguinte, mais quatro e, em 2013, oito pessoas receberam pulmões saudáveis no Ceará. Antes de 2011, o Ceará havia comemorado outras duas inovações: em 2008, com a realização de transplante de medula autólogo pelo Hemoce, em parceria com o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da Universidade Federal do Ceará (UFC), e em 2009, com o primeiro transplante de pâncreas no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). De lá para cá já foram feitos 103 transplantes de medula e 43 de pâncreas.
De acordo com o Ministério da Saúde, de cada oito potenciais doadores de órgãos, apenas um é notificado. Ainda assim o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano, sendo mais de 90% pelo sistema público de Saúde. O "potencial doador" é todo paciente em morte encefálica. No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica é definido por Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Segundo a Resolução, um "Termo de Declaração de Morte Encefálica" deve ser registrado em prontuário, com a descrição de todos os elementos do exame neurológico que demonstrem ausência dos reflexos do tronco cerebral, bem como o relatório de um exame complementar que assegure esse diagnóstico. O diagnóstico definitivo da morte encefálica é corroborado por exames que demonstrem a ausência de fluxo sangüíneo intracraniano. Dois médicos de diferentes áreas também devem examinar o paciente, sempre com a comprovação de um exame complementar.