A viagem do governador Cid Gomes (PSB) à Itália e à Coreia do Sul, iniciada em 26 de junho, acabou na metade do caminho. Ontem, a assessoria de imprensa da Casa Civil informou que, ao contrário do que havia sido programado, Cid não chegou a embarcar para o país asiático, onde cumpriria a agenda mais importante da missão, hoje e amanhã, com várias reuniões com investidores. Ele teria desistido de ir à Coreia ao ter sido convocado para reunião no Ministério do Planejamento, marcada para esta terça-feira. Assim, no fim das contas, Cid permaneceu por 11 dias na Europa, onde teve apenas dois compromissos oficiais.
A ausência do governador ocorreu em momento de crise nacional, em que várias manifestações tomaram as ruas do País. No Ceará, deputados estaduais de oposição questionam a urgência da viagem. Ontem, o deputado estadual Heitor Férrer (PDT) entrou com requerimento na Assembleia Legislativa, solicitando comprovantes de contratos e convênios firmados na Europa, cópia dos bilhetes aéreos e outros detalhes. O pedido terá de ser aprovado pelo plenário da Casa, onde Cid tem apoio da ampla maioria dos deputados.
A viagem do governador à Europa e à Ásia já incluía, inicialmente, um intervalo de oito dias no exterior sem pagamento de diárias e, em tese, sem agenda oficial. De acordo com os documentos, Cid cumpriria missão de 25 a 27 de junho e, depois, de 6 a 11 de julho, na Itália e na Coreia do Sul, respectivamente. No hiato de tempo entre as duas datas, não se sabe exatamente onde o chefe do Palácio da Abolição esteve.
A Casa Civil afirma que, em Roma, o chefe do Palácio da Abolição assinou financiamento de U$ 40 milhões com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e fez visita à empresa Ansaldo Breda, que fornece trens para o Metrô de Fortaleza.
A viagem ao exterior do governador Cid Gomes, iniciada no último dia 26, ocorreu no momento em que o País ainda passavam por manifestações nas ruas. A oposição questiona a urgência da viagem.