Integrantes da comitiva brasileira em Portugal desdenharam ontem a queda de oito pontos percentuais na popularidade da presidente Dilma Rousseff, segundo pesquisa Datafolha publicada domingo no jornal Folha de S.Paulo. Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, disse que o resultado “não é relevante”. “Para dar opinião mais qualificada, precisaria examinar a pesquisa. Não acho que seja relevante”, afirmou.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, chamou a queda de “oscilação normal” e sugeriu que Dilma continua favorita à corrida presidencial de 2014, quando tentará a reeleição. “A pesquisa mostra uma oscilação normal. Mantém a presidente no melhor patamar de apoio popular e de intenções de voto quando a gente compara com qualquer outro presidente em dois anos e meio de governo”, disse.
De acordo com o Datafolha, a aprovação de Dilma caiu de 65% para 57% em dois meses e meio. Sua intenção de votos foi reduzida em sete pontos, de 58% para 51%. Mercadante atribuiu a queda da popularidade presidencial à inflação dos alimentos, que chamou de “episódio totalmente superado”. Também citou os problemas na distribuição do Bolsa Família e a seca no Nordeste.
Sem citar responsáveis, o ministro da Educação reclamou do que chamou de “campanha” contra o governo ligada ao aumento do preço do tomate. “Nós tivemos até uma campanha, infelizmente”, disse. “O vilão da inflação, que foi o tomate, já está na mesa de todo mundo.”
Três dias depois de a agência de classificação de crédito Standard & Poor’s apontar viés negativo na economia brasileira, Mercadante negou problemas e disse que o país tem excelentes perspectivas. “Todos os indicadores apontam para quadro de melhoria. Vamos ter um segundo semestre forte e terminar o ano com uma taxa de crescimento bastante significativa na comparação com o cenário de crise internacional.”