Uma nova pesquisa de opinião pública divulgada ontem reforça a tendência de queda na avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com uma queda de oito pontos percentuais.
O levantamento feito pelo Ibope, por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra também queda de oito pontos percentuais na sua avaliação pessoal. Os recuos se deram acima da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os entrevistados que consideram o governo "ótimo" ou "bom" agora são 55%, contra 63% em pesquisa realizada em março deste ano.
Já os que avaliam de forma positiva a forma de a presidente Dilma governar são 71%, contra 79% na pesquisa anterior.
Embora tenha sido divulgada agora, a pesquisa não capta os efeitos dos protestos que vêm tomando as ruas das principais capitais brasileiras desde a semana passada. Isso porque os entrevistadores foram a campo entre os dias 8 e 11 deste mês. O protesto realizado em São Paulo, com forte reação da Polícia Militar e que acabou servindo de estopim para outras manifestações mais numerosas em todo o País, ocorreu no dia 13.
Ainda assim, a pesquisa mostra uma mudança na curva de aprovação do governo, em sintonia com o que já havia sido apontado pelo Datafolha, em pesquisa realizada nos dias 5 e 6 deste mês, quando foi apontada uma queda de oito pontos percentuais na aprovação do governo Dilma, na comparação com pesquisa de março.
Em março, o Ibope apontou que, apesar das más notícias macroeconômicas, a popularidade do governo e da presidente continuavam em alta, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. Na ocasião, a avaliação positiva do governo foi de 63%. Já a aprovação à forma de governar de Dilma era de 79%.
A pesquisa anterior pegava os efeitos de duas medidas populares tomadas pelo governo: a redução da energia elétrica, e a desoneração da cesta básica.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que não há relação entre a queda da popularidade da presidente Dilma e os protestos que começaram em São Paulo e espalharam-se pelo Brasil.