O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), defendeu, ontem, em Recife, que o partido identifique formalmente o seu candidato à Presidência ainda neste ano para que haja tempo de a sigla trabalhar a sua imagem com o eleitorado.
"Eu já participei de campanhas para presidente, como a de Geraldo Alckmin (governador de São Paulo), e sei que o desconhecimento é um problema que deve ser resolvido com algum tempo de antecedência", disse Guerra. "Por isso eu defendo que o partido tenha candidato à Presidência ainda neste ano, pelo menos identificado".
O deputado, que apoia a candidatura de Aécio Neves (PSDB-MG), disse que o senador mineiro é "pouco conhecido do eleitorado em geral", assim como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível presidenciável do PSB.
Ele afirmou ainda que considera a candidatura de Campos "boa para o Brasil" e que não acredita que o governador "esteja com projeto oportunista, jeitoso", ao criticar um governo do qual faz parte.
"Acho que ele levanta sinceras dúvidas sobre muitos dos aspectos do atual governo, muitas delas que a gente sempre teve. O fato de ele levantar essas dúvidas e continuar no governo é uma questão que mais cedo ou mais tarde ele vai ter que resolver", declarou.
Apesar de o PSDB ser contra o projeto de lei patrocinado pelo governo que inibe a criação de partidos - suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) -, Guerra disse que as grandes legendas "desejam menos partidos e mais alianças" e que considera "mais de 30" siglas "evidentemente um exagero". "Os partidos reais são muito menos".
"A insensatez são os partidos de aluguel, as legendas que vendem seu tempo de televisão", afirmou. "Partidos novos com potencial de lançar candidato a presidente devem surgir. O que não pode haver é partidos que não têm candidato a coisa nenhuma e negociam seu tempo político eleitoral na televisão", declarou.