Páginas

sábado, 27 de abril de 2013

DENGUE NO CEARÁ: Três novas mortes têm confirmação


Após cinco epidemias de dengue no Ceará, a tensão cresce a cada novo caso que surge. Ontem, três novos óbitos foram confirmados pelo monitoramento da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), somando quatro só neste ano. Fica um alerta: o índice de letalidade cresce, então, em 40%. Fortaleza soma, até dia 21, 774 casos - do tipo clássico - confirmados e duas mortes por complicação.


No Interior, a situação se agrava. Óbitos hemorrágicos foram registrados em Iguatu e Caucaia. Assim, o Ceará soma 2.711 casos confirmados (903 no período de uma semana), cinco com hemorragia e oito por complicação. O boletim confirma a predominância da circulação do vírus Den-IV e aponta a crescente incidência, de 21 para 31.

Em Fortaleza, a infestação seguia em crescente, apesar de ter se estabilizado neste mês: 70 casos em abril, 204 em março, 257 em fevereiro e 243 em janeiro.

Para o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Manoel Fonsêca, o que mais o preocupa são os óbitos de casos hemorrágicos, da versão mais complicada da doença em que "reina" o tipo 4. "As pessoas podem ter reações mais graves quando atingidas por um novo sorotipo. Esse é o nosso temor. Mas, a situação ainda está sob controle. Só poderá se agravar mais se tivermos a presença de mais chuvas. Vamos torcer para não haver nova epidemia neste ano", afirma. Para Fonsêca, o mais prudente agora é a orientação. Para isso, é importante, segundo ele, que a população fique ciente dos casos graves que podem levar a óbito.

Atenção para a febre que não cessa, para possíveis sangramentos e, principalmente, uma dor abdominal intensa. "Se o doente começar a piorar após o terceiro dia de contágio, já é bom levar para uma unidade médica", diz.

Conforme o coordenador, todas as unidades estariam orientadas a reconhecer, de imediato, os casos mais perigosos e ver o procedimento mais adequado: internação, observação ou a simples hidratação. "Nós já distribuímos a classificação de riscos em todos os hospitais tanto da Capital como no Interior. O mais importante, agora, é classificar e atender adequadamente o doente a fim de estabilizá-lo e evitar, assim, o óbito", relata Manoel.

Na Capital, os bairros com maior infestação são os da Secretaria Executiva Regional (SER) VI, com 204 casos confirmados, ficando na frente da SER V (200), SER III (137), SER IV (121), SER II (56) e a SER I (44).

No entanto, foi o Mondubim, da Regional V, que liderou o ranking. O Jardim das Oliveiras foi o que registrou o maior número de casos, somando 32 casos, Barroso (30) e o Passaré com 26.

Conforme cartilha do Ministério da Saúde, as manifestações clínicas iniciais da dengue hemorrágica são as mesmas descritas para a dengue clássica, até que ocorra a defervescência da febre, entre o terceiro e o sétimo dia, e a síndrome se instale. "Evidencia-se o surgimento de manifestações hemorrágicas espontâneas", apresenta o documento.

Ao surgirem sinais de alerta ou aumento do hematócrito na vigência de hidratação, é indicada internação. Pacientes com plaquetopenia, sem repercussão clínica, devem ser internados e reavaliados clínica e laboratorialmente a cada 12h.

Sinais de alerta - dengue
1. Dor abdominal intensa e contínua;

2. Vômitos persistentes;
3. Hipotensão postural;
4. Pressão diferencial <20mmHg (PA convergente);
5. Hemorragias importantes
6. Extremidades frias, cianose;
7. Pulso rápido e fino;
8. Agitação e/ou letargia;
9. Diminuição da diurese;
10. Hipotermia;
11.Desconforto respiratório