Em entrevista exibida pelo programa "Fantástico" deste domingo (24), o cantor Hudson, da dupla Edson e Hudson, falou sobre ter sido preso duas vezes por porte ilegal de armas na última semana.
"Peço perdão aos meus fãs, mas não estou dando essa explicação porque acho que acabei com a minha carreira. Não estou com dor na consciência, até porque o que eu fiz foi sem querer", disse o sertanejo.
Na reportagem, Hudson se defendeu dizendo que "sempre teve fascínio por armas", mas que nunca as comprou com a intenção de usá-las contra alguém. "Tenho um soco inglês porque gosto de usá-los nos shows. Sou muito ligado em algemas, cinto, essas coisas, mas não para usar nas pessoas", explicou.
Sobre as armas de uso restrito da Polícia Militar e das Forças Armadas encontradas em sua chácara, Hudson afirmou que "acha normal" ter os equipamentos para uma eventual necessidade de defender a propriedade.
Ao lado do irmão Edson, Hudson admitiu já ter usado drogas, mas afirmou não saber de quem era a maconha encontrada em sua casa.
O músico ainda revelou ter entrado em depressão desde a morte de Larissa, sua ex-mulher, em novembro de 2012. "Estou me afastando de tudo o que me faz mal, com a bebida eu já diminuí, mas não vou ser hipócrita de dizer que eu não gosto de beber um uísque de vez em quando".
Hudson foi detido na madrugada de quarta-feira, em Limeira (SP), por porte ilegal de armas. De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual o UOL teve acesso, Hudson apresentava o registro das armas, uma pistola e um revólver calibre 38, mas não tinha autorização para tirá-las de casa. Após pagar uma fiança de R$ 6 mil, o cantor foi liberado.
Algumas horas depois, no entanto, a polícia, guiada por uma denúncia anônima, fez uma busca na casa do cantor, onde foram encontradas arma irregulares (uma carabina de calibre 38 e uma pistola beretta de calibre 22) e munições de uso restrito da Polícia Militar e das Forças Armadas.
A carabina possuía registro, mas este está vencido desde 2010. A beretta não possuía documentação e estava sem carregador. Segundo a polícia, Hudson alegou que a arma não funcionava e que pretendia emoldurá-la em um quadro.
Além disso, foram encontrados no local duas lunetas, dois carregadores da beretta 22, 28 munições de calibre 45 (de uso restrito pela Polícia Militar e das Forças Armadas), uma munição de calibre 32, uma munição de calibre 380 e 152 munições intactas de calibre 22. Também havia cápsulas de munição deflagradas (já utilizadas): 48 cápsulas de calibre 35, sete cápsulas de calibre 22, oito cápsulas de calibre 380 e 116 cápsulas de calibre 38.
Também foi encontrada uma pequena quantidade de maconha, de aproximadamente 2 g, e três dichavadores (utensílio utilizado para esfarelar a maconha prensada).
Na manhã de quinta, Hudson divulgou uma carta por meio de sua assessoria de imprensa, com pedido de perdão aos fãs e familiares e àqueles "que tenham se sentido incomodados de alguma forma". O músico ainda diz na carta que vive uma "adolescência tardia", por isso o gosto por carros antigos e pela prática do tiro ao alvo.
Inicialmente publicada também no Facebook da dupla Edson e Hudson, a carta gerou comentários de fãs que iam do apoio ao cantor preso à manifestações de decepção.
De acordo com Paulo Sergio de Oliveira, atual marido da ex-mulher de Hudson, Giovana Higa, a confusão que levou à primeira detenção do cantor começou com provocações via mensagens de celular. "Durante o dia, Hudson mandou várias mensagens de celular com provocações. Com isso, ele queria me ridicularizar, humilhar", contou Paulo Sérgio, por telefone, ao UOL.
À noite, Hudson mandou uma nova mensagem, dessa vez para o celular de Letícia Higa, filha de Hudson e Giovana. "Ele disse que iria até nossa casa para resolver o problema. Como sabemos que ele sempre anda armado, resolvi chamar a polícia", afirmou Paulo Sérgio.
Na carta, Hudson explica o ocorrido dizendo ser uma pessoa pacífica e do bem, que gosta de ficar em casa com a família e amigos, compondo, tocando, cozinhando e jogando conversa fora. "Jamais sairia da minha casa, no meio de uma madrugada, na intenção de tirar satisfação com alguém, muito menos pensar em me armar com objetivo de ameaçar quem quer que fosse".