Um paciente vítima do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, piorou o quadro de saúde e passou para protocolo de morte encefálica na noite desta terça-feira, 29. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Gustavo Marques Gonçalves tem 70% do corpo queimado e terá a morte encefálica confirmada nas próximas horas se não responder aos exames que estão sendo feitos no Hospital de Pronto Socorro (HPS) em Porto Alegre. A família do rapaz já foi informada da notícia, segundo o ministro.
Além de Gonçalves, mais 74 pacientes estão em estado crítico, com risco de morte. Ao todo, 81 pacientes estão em unidades de terapia intensiva (UTIs) em Porto Alegre ou Santa Maria. Segundo o ministro, algumas vítimas tiveram melhora na condição geral e saíram das UTIs e outras, que apresentaram sintomas tardios de pneumonite química, tiveram piora e precisaram entrar em ventilação mecânica.
Nesta terça, de acordo com Padilha, três pessoas procuraram a unidade de pronto atendimento de Santa Maria com sintomas de falta de ar, cansaço e tosse e estão internadas em observação. O número total de pessoas internadas subiu de 118 para 123 desde ontem. Uma paciente que trabalhava no bar da boate e conseguiu se salvar do incêndio foi para casa se sentindo bem, mas passou mal no domingo e foi internada. Ela precisou ser removida para Porto Alegre e chegou a entrar na UTI. A paciente melhorou e saiu da unidade intensiva.
“Por isso que nós insistimos que as pessoas que estiveram no incêndio e se sentirem mal, ainda que um pouco cansadas, devem procurar uma unidade de atendimento para serem examinadas por um médico. A pneumonite química evolui rapidamente e o paciente pode precisar de uma UTI”, disse o ministro. Existem 30 leitos de terapia intensiva reservados em Santa Maria para casos que evoluam nos próximos dias.
O ministro também confirmou que o número correto de pessoas mortas no momento do incêndio foi 234, e não 231 como vinha sendo divulgado. O erro na contagem foi observado pelo Instituto Geral de Perícias Regional de Santa Maria e confirmado ao Ministério da Saúde pela Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul. Padilha, no entanto, ressaltou que não se tratam de pessoas que morreram nos hospitais nos últimos dias e sim de três nomes que não haviam sido incluídos desde o primeiro dia na lista oficial de mortos.