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sábado, 1 de dezembro de 2012

Chuvas em 25 cidades do Estado não têm relação com inverno


As chuvas que atingiram 25 cidades cearenses entre as sete horas da manhã de quinta-feira e o mesmo horário de ontem ainda não podem ser consideradas prévias de uma boa quadra chuvosa no próximo ano, de acordo com a meteorologista Claudia Rickes da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Precipitações como essas, consideradas de pré-estação, são comuns essa época do ano. O fenômeno causador é chamado vórtice ciclônico de altos níveis, formado acima de cinco mil metros de altitude. Com ele, há movimentação de ar em seu centro de cima para baixo e formação de nuvens em sua periferia. Atualmente, o vórtice está sobre o continente e já causou chuvas - mais fortes do que aqui - no Piauí e no Maranhão.

No Estado, choveu em cidades no litoral norte, na região metropolitana, no Maciço de Baturité, no Cariri e no Sertão Central. O município onde houve a maior precipitação foi Assaré com 36 mm. A ele, se segue Cariús por conta do índice de 34 mm. Na terceira colocação, está Missão Velha devido a 16 mm. Já Ubajara, na serra da Ibiapaba, recebeu a menor quantidade de chuva, apenas 0,6 mm.

Os números não são significativos para mudar o panorama climático, segundo a meteorologista da Funceme, Claudia Rickes. Para que o sertanejo possa comemorar um bom inverno, os agentes climáticos devem ser outros: o Atlântico Sul e o Pacífico. Diante de um Pacífico com temperatura neutra, quem deve determinar a extensão e a abundância das chuvas em 2013 deve ser o Atlântico Sul, que precisa se aquecer. Segundo ela, esse oceano está num período de transição. Apenas em janeiro será possível prever com mais precisão.

Nas cidades premiadas, o espírito tem estado mais esperançoso. A vendedora Elisabete Gonçalves, embora não estivesse em Assaré quando a chuva caiu, percebeu que “as pessoas ficaram felizes, porque fazia tempo que não chovia”. Em Juazeiro do Norte, a atendente de supermercado Neide Galvão não considerou muita água, mas, para ela e para muita gente, “começou o inverno”. “A sensação é de esperança”, pontua.
Segundo meteorologistas, chuvas são comuns nesta época do ano. Elas, entretanto, não têm relação com a estação chuvosa. Somente em janeiro será possível dizer com mais precisão se teremos ou não inverno abundante.
Pluviometria

1. Assaré 36 mm
2. Cariús 34 mm 
3. Missão Velha 16 mm
4. Barbalha 15,5 mm
5. Farias Brito 15 mm
6. Trairi 13 mm
7. Iguatu 12 mm
8. Palmácia 11 mm
9. Várzea Alegre 10,4 mm
10. Potiretama 10 mm 
11. Juazeiro do Norte 10 mm
12. Crato 7,2 mm
13. Saboeiro 7 mm
14. Redenção 6,2 mm 
15. Santana do Cariri 4,4 mm
16. Lavras da Mangabeira 4 mm
17. Eusébio 4 mm
18. Choró 3 mm
19. Ipaumirim 3 mm
20. Iracema 3 mm
21. Sobral 2,9 mm
22. Antonina do Norte 2,8 mm
23. Maracanaú 1,5 mm
24. Umari 1 mm
25. Ubajara 0,6 mm