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sábado, 29 de dezembro de 2012

Carros-pipa chegam aos centros urbanos de cinco cidades do Ceará


Diante do quadro que aponta para uma das mais severas estiagens do Ceará, o Governo do Estado teve de providenciar em cinco municípios algo que há décadas não se via no interior cearense: hoje, levar água à zona rural não basta - a seca chegou também aos centros urbanos de Milhã, Irauçuba, Itapajé, Pereiro e Quiterianópolis. Nas sedes desses municípios, a operação carro-pipa está atuando há pelo menos quatro semanas.
 “A situação se agravou assim porque, pela falta de chuva, os açudes que forneciam água às áreas urbanas secaram. Diante do quadro, o Estado tenta agora trazer adutoras a essas regiões, para puxarmos a água dos açudes mais próximos”, explica o secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado, Nelson Martins. Segundo ele, hoje já existem cerca de 600 caminhões-pipa circulando no Interior.
Embora levem um tanto de esperança ao cearense do campo, as últimas esparsas chuvas registradas em alguns municípios pouco representam para os meteorologistas que tentam traçar o prognóstico da quadra invernosa cearense. Previsto para ter início em fevereiro, o inverno de 2013 ainda é uma incógnita mesmo para os estudiosos da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
As precipitações observadas nas últimas semanas em isoladas regiões indicam nada mais do que fenômeno típico da pré-estação, que não pode representar se o período invernoso acompanhará as chuvas. “Somente a partir do dia 24 de janeiro vamos poder dizer algo concreto”, adianta a meteorologista Deyse Moraes.
Segundo ela, os recentes registros de precipitações foram provocados por fenômeno conhecido como vórtices ciclônicos em altos níveis e pelas brisas terrestres comuns a essa época do ano, especialmente na região sul do Estado, compreendida pelo Cariri cearense. Fenômeno à parte da inverno iniciado entre fevereiro e março
As chuvas ali, entretanto, foram tão esparsas que pouco representaram à agricultura da região. Embora tenham sido recebidos com surpresa e alegria pelo caririense, os registros de precipitação ainda ficaram abaixo do que era esperado pela Funceme. A média mensal deve fechar em 18 milímetros, 72% abaixo do que previam os meteorologistas.
De acordo com Deyse Moraes, são as condições termodinâmicas dos oceanos que darão os primeiros indícios de como será a quadra chuvosa de 2013. “Por enquanto, o oceano Pacífico continua neutro e o Atlântico está se definindo. Nos próximos dias, se houver alguma mudança, poderemos fazer um prognóstico”, explica.
A falta de chuvas acabou secando boa parte dos açudes que abasteciam os centros urbanos desses cinco municípios. Como medida emergencial, o Governo teve de recorrer aos carros-pipa, geralmente utilizados nas zonas rurais.