A Assembleia Legislativa aprovou ontem uma linha de crédito de R$ 2,5 milhões para que o Governo do Estado custeie a festa de Réveillon de Fortaleza. A matéria foi aprovada por unanimidade, em sessão extraordinária. Apesar da facilidade no andamento na aprovação, a matéria reacendeu o debate político em torno da recusa da prefeita Luizianne Lins (PT) em realizar o evento – o que fez com que o governador Cid Gomes (PSB) puxasse para o Estado a responsabilidade da festa.
O líder do governo na Assembleia, Sérgio Aguiar (PSB), classificou o evento como “imprescindível” para Fortaleza. Ele citou que o Réveillon da capital cearense é atualmente o segundo do Brasil em participação popular - atrás do Rio de Janeiro - , além de movimentar a economia da cidade. “A prefeita fez a festa durante sete anos e não entendemos porque, nesse momento, Fortaleza iria ficar sem a festa realizada pela Prefeitura. Mas o governador ágil rápido”, disse o parlamentar.
Osmar Baquit (PSD) citou que o evento foi questionado em anos anteriores pelo Ministério Público e disse que a não realização do evento pela Prefeitura se deve a resquícios da eleição para prefeito. “Se o Elmano (de Freitas, candidato apoiado por Luizianne) tivesse ganhado a eleição, duvido que não teria Réveillon”, disse Baquit.
A defesa da prefeita coube a Antônio Carlos (PT). Ele cobrou coerência dos deputados, ao afirmar que a maioria dos parlamentares que agora se dizem favoráveis à realização do Réveillon criticou Luizianne nos primeiros anos da festa. “A gente espera que aqueles que durante sete anos faziam críticas duras ao Réveillon e mudaram repentinamente de discurso fiscalizem e cobrem do Governo do Estado da mesma forma que cobraram da Prefeitura”, disse o deputado.
Baquit rebateu dizendo que Antônio Carlos estava preocupado porque iria perder “as boquinhas” que têm na Prefeitura.
Polêmicas à parte, a proposta foi aprovada com facilidade. Na sessão extraordinária de hoje, serão votados projetos relativos aos salários de servidores estaduais de nível médio na área de saúde e à criação de empregos públicos, a serem ocupados por concurso na Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
O valor de R$ 2,5 milhões será destinado principalmente ao pagamento dos artistas que se apresentarão no Réveillon de Fortaleza. A queima de fogos será custeada por três empresas privadas, que estão patrocinando o evento.