A distribuição de renda no Brasil, no período de 2001 a 2011, é a menor da história. É o que revela a “Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira”, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, em uma década, apesar de ainda muito presente no Brasil, as desigualdades têm mostrado uma tendência de redução que vem se consolidando. No período de 2001 a 2011, foi observado que os 20% mais ricos diminuíram sua participação de 63,7% para 57,7%, o que representa uma perda de quase 10%.
No outro extremo, os 20% mais pobres aumentaram sua participação de 2,6% para 3,5% do total de rendimentos. No Ceará, a desigualdade de rendimento médio mensal familiar per capita das famílias ainda é muito alto. Entre os 20% mais pobres ele chega a R$ 89,06, enquanto que entre os 20% mais ricos é de R$ 1. 583,84.
Segundo o economista Alex Araújo, a questão das desigualdades é uma das mais críticas da realidade brasileira. “Nesse período de 2001 a 2011 houve dois fatores que contribuíram para essa redução que talvez tenha sido a maior da história, pelo menos desde a década de 70, quando os dados colhidos passaram a ser confiáveis: A rede de proteção social que o Governo Federal montou para atender à parcela mais pobre e a própria dinâmica econômica que ativou o mercado de trabalho, ampliando o número de vagas”.
Para o futuro, Araújo acredita que esta tendência se mantenha pois, outros dois elementos serão somados: O aumento da população escolarizada no mercado de trabalho e a mudança no tamanho das famílias que estão cada vez menores e com uma maior taxa de idade do brasileiro. “A base da pirâmide está se estreitando e com menos pessoas na família para sustentar, faz com que seus membros deem outros usos para a renda”, afirma Alex Araújo.