Páginas

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Presidente da Assembleia do Ceará nega pedido de impeachment do governador Camilo Santana

O presidente da Assembleia do Ceará, Zezinho Albuquerque, negou nesta quinta-feira (25) o pedido de impeachment do governador Camilo Santana por suposto recebimento de propina, apontado pelo empresário Joesley Batista, da JBS, em delação premiada.

Segundo Zezinho Albuquerque, o indeferimento segue parecer jurídico elaborado pela Procuradoria da Assembleia. Na avaliação do parlamentar, a denúncia não deveria ser recebida em "face de carência de justa causa" para iniciar um processo de impeachment.

O pedido foi feito pelo deputado de oposição Capitão Wagner, na terça-feira (23). "Está tipificado no artigo 9º da Lei de Responsabilidade que diz que, se o gestor do Estado tem conhecimento de que algum secretário tem uma denúncia, ele tem que responsabilizá-los. E aqui não há o pedido para demiti-los, mas pelo menos que se investigue através de sindicância ou qualquer processo administrativo", justificou o deputado, ao protocolar o pedido.

Segundo a denúncia da JBS, o valor em propina foi repassado a secretários de estado de Camilo Santana, que negam o crime.

Na mesma data, Camilo Santana classificou o pedido como "oportunismo". "Essa ação tem o objetivo claro de se aproveitar do momento instável vivido pelo país para tentar tirar vantagem política. Isso é oportunismo puro, e não vou entrar nesse jogo", disse o governador.

Delação da JBS

Na deleção, o empresário detalha como foi feita a negociação com o então governador Cid Gomes. "Nós tínhamos R$ 110 milhões acumulados que o Governo do Estado não pagava. O governador Cid Gomes esteve no nosso escritório, comigo e com o Joesley, falou com a gente e pediu uma doação em São Paulo. Nós perguntamos quanto ele esperava de doação. Ele disse que esperava R$ 20 milhões. Eu disse 'governador, impossível eu contribuir com R$ 20 milhões enquanto o Estado me deve R$ 110 milhões e não me paga'. Ele não falou nada e saiu, falou 'tá bom, deixa eu ver o que posso fazer sobre esse assunto'."


Fonte: G1