A Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) define hoje o reajuste tarifário anual da Enel Distribuição
Ceará. O índice passa a valer a partir do dia 22 de abril após aprovação da
Agência em audiência pública realizada a partir das 9 horas de hoje.
A expectativa é que o reajuste fique abaixo dos 10%. “A inflação
começa a girar para o centro da meta. Por conta das bandeiras tarifárias, o
Governo fez o acerto com as concessionárias, como se tivesse feito um reajuste
antecipado. A minha aposta é que seja abaixo de 8%”, destaca Adão Linhares,
vice-presidente da Câmara de Energias Renováveis, entidade ligada à Agência de
Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece). Para a composição do reajuste, são
consideradas as perdas e ganhos financeiros da distribuidora, além da
depreciação dos ativos.
No ano passado, o reajuste médio autorizado
pela Aneel ficou em 12,97%, sendo 11,51% para consumidores de alta tensão e
13,64% consumidores de baixa tensão.
Com relação ao aumento na conta de luz em abril, a Agência
autorizou bandeira tarifária vermelha para este mês, implicando numa cobrança
extra de R$ 3 a cada quiloWatts/hora (KWh) consumidos. No entanto, de acordo
com Romeu Rufino, diretor-geral da Agência, a bandeira vermelha permanecerá até
o mês de novembro. O prognóstico é o nível dos reservatórios se mantenha baixo
até o período. Rufino não descarta, contudo, a possibilidade de a bandeira
amarela ser acionada antes de novembro conforme o comportamento do consumo e
das condições climáticas. O valor pago é de R$ 2 por KWh consumidos.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 como forma
de recompor os gastos extras com a utilização de energia de usinas
termelétricas, que é mais cara do que a de hidrelétricas. A cor da bandeira é
impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da
energia em função das condições de geração.
Desconto
Apesar do reajuste tarifário e da autorização da bandeira
vermelha, os consumidores do Ceará devem receber um desconto de 13,95% na conta
do mês de abril. O percentual é referente à cobrança indevida aos consumidores
do Estado pela operação da usina Angra 3, no Rio de Janeiro. Houve acréscimo
nas contas de luz sem que a energia chegasse a ser usada, uma vez que a unidade
ainda não entrou em operação. A medida também afetou consumidores de todos os
Estados. E a Aneel calcula devolver até R$ 900 milhões. A suspensão da cobrança
deve deixar a conta de luz, em média, R$ 2 mais barata.
Fonte: O Povo