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sábado, 29 de novembro de 2014

Subtenente nega ter matado filho e tentado assassinar mulher no CE


Francilewdo ingeriu veneno para rato, aponta laudo (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)O subtenente do Exército Francilewdo Bezerra prestou depoimento formal durante quatro horas ao delegado Wilder Brito na tarde desta sexta-feira (28). O militar negou que tenha matado o filho e tentado assassinar a mulher. "Uma coisa é negar por negar. Ele negou, disse que não matou e apresentou argumentos que dão condições de investigação. Ele traça a rotina do dia de forma divergente do que foi dito pela mulher. Entre os pontos divergentes, está quando ela diz que ele sabia que ela tinha um amante e ele disse que nunca soube disso'', afirmou o delegado.

Segundo o delegado, ao ser perguntado se havia alguém que se beneficiaria com a sua morte, o subtenente apontou a mulher como beneficiária direta. "Ele disse que além dos soldos, ela receberia um seguro do Exército que hoje está em torno de R$ 153 mil e ainda um outro seguro em nome do filho", diz. O delegado disse, ainda, que o casal passava por problemas no casamento "mas nada que justificasse tentativa de assassinato", diz.

A partir de agora, os pontos divergentes vão ser analisados, segundo Wilder Brito, e todas as informações prestadas pelos dois vão ser verificadas para que a veracidade seja comprovada. "Se necessário, faremos uma acareação entre o subtenente e a mulher para que as dúvidas que ainda possam permanecer sejam esclarecidas", explica o delegado. A acareação ainda não tem data para ocorrer. 

De acordo com o primeiro depoimento da mulher do militar, Cristiane Renata Coelho, o marido obrigou que ela e o filho ingerissem tranquilizantes com objetivo de matá-los e, em seguida, tentou suicídio com remédios, mas o laudo toxicológico no corpo do menino indicou que ele morreu por ingestão de veneno de rato. O filho foi sepultado no Recife, em 12 de novembro, um dia após o crime. O subtenente foi preso em flagrante e levado para o Hospital do Exército, onde ficou em coma por uma semana. A mulher foi ouvida novamente e está no Recife, onde tem familiares.

Na quinta-feira (27), o subtenente foi transferido para um apartamento do Hospital Geral do Exército, e a segurança em torno do suspeito foi mantida. "Eu pedi ao juiz que mantivesse a prisão do subtenente para preservar a vida dele. Se imaginarmos que ele não foi o autor desse crime, ele poderia correr risco de vida se não estivesse seguro, dentro de uma instituição militar. Para garantir a segurança, apenas três pessoas foram autorizadas a ter acesso a ele durante o coma", disse o delegado.

Após sair do coma, na segunda-feira (24), o militar foi ouvido informalmente pelo delegado Wilder Brito, responsável pelo inquérito. "Ele teve a reação que eu esperava ao saber dos fatos. Essa reação vai ser 'laudada' e anexada aos autos. Uma reação para um leigo não tem muita ou nenhuma importância, mas para mim, tudo é levado em conta", explica o delegado.

Mensagem em rede social
No perfil do militar no Facebook, foi deixada no dia do crime uma mensagem, apagada posteriormente, que dizia: "Té vendo essa mulher linda me pediu o divórcio. (...) Temos 2 filhos especiais vou levar um comigo obriguei ela a beber vinho com seus tranquilizantes p dormir e n vê o q vou fazer (sic)", disse. Em seguida, o subtenente pede perdão por matar o próprio filho. "Me perdoem família mas a carga ta grande demas e n aguento mais sfrer calado vendo essa mulher se anular a 10 ans (sic)".