O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quinta-feira (25), em entrevista no Palácio do Planalto, que o número de mortes por Covid-19 no Brasil “ultrapassou o limite do bom senso".
“Agora vamos enfrentar o que está aí e tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada e, obviamente, o número de óbitos que, pô, já ultrapassou o limite do bom senso", disse Mourão.
Mourão comentou o número de mortos no Brasil ao tratar da criação de um comitê junto ao Congresso, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), nesta quarta-feira (24), para definir medidas contra a Covid-19.
A declaração do vice-presidente acontece um dia depois de o Brasil passar da marca de 300 mil óbitos, com média móvel acima de 2 mil mortos por dia.
Para se ter ideia, só 95 cidades brasileiras têm mais habitantes do que o número de mortes pela Covid-19 no país. É como se morresse toda a população toda de Mossoró, no Rio Grande do Norte, ou de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo.
O país ainda enfrenta falta de leitos de UTI e de medicamentos para intubação. Além da lentidão na vacinação, que, segundo especialista, é a única forma de se imunizar contra o vírus. Até a noite desta quarta-feira (24), apenas 6,32% da população recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
Nesta quinta, Mourão também citou o trabalho do Ministério da Saúde, agora comandado pelo médico Marcelo Queiroga, para habilitar leitos de UTI, comprar insumos e aumentar o ritmo da vacinação, esforços para tentar controlar a pandemia.
Contra 'lockdown' nacional, mas apoio aos prefeitos e governadores
Além disso, Mourão se manifestou contra medidas para restringir a circulação de pessoas e tentar reduzir o ritmo de infecções, internações e mortes por Covid-19.
Para ele, seria difícil fazer cumprir uma restrição generalizada porque o país tem desigualdades regionais. No entanto, o vice defendeu que governadores e prefeitos adotem esse tipo de medida individualmente.
"Não vejo condições de 'lockdown' nacional, que é algo que está sendo discutido. Um país desigual como o nosso, isso é impossível de ser implementado. Vai ficar só no papel. Eu julgo que essas medidas restritivas têm que ficar a cargo dos governadores e prefeitos, porque cada um sabe como que está a situação na sua área", declarou Mourão.
Fonte: Yahoo Notícias