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segunda-feira, 6 de julho de 2020

Primeiro dia de reabertura gradual do comércio gera aglomerações no Centro de Iguatu

No primeiro dia de reabertura gradual de empresas dos setores do varejo, indústria e de serviços, o Centro de Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, registrou forte movimentação de moradores na manhã desta segunda-feira (6). Na segunda quinzena de junho, o Município chegou a registrar 100% de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que fez com que a cidade entrasse em regime de lockdow por determinação municipal e do governo do Estado. 

Neste sábado (4), o governador Camilo Santana renovou o decreto de isolamento social rígido em sete cidades do Interior - dentre elas, Iguatu, medida que passa a valer hoje (6). A justificativa apresentada pelo governo estadual é o aumento do número de casos ao longo das duas últimas semanas. Outras cidades que permanecem em isolamento social rígido são: Sobral, Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Brejo Santo e Tianguá.

Mesmo com o decreto estadual, o prefeito de Iguatu, Ednaldo Lavor, decidiu colocar o Município de volta à fase de transição para retomada econômica. Uma das justificativas é a redução na taxa de ocupação de leitos na cidade, hoje, mais confortável: 40% de ocupação, sendo 20% de moradores de Iguatu e outros 20% de pacientes oriundos de outras cidades da região, segundo informado pela Prefeitura.

Antônio Filho, secretário de Trânsito e Cidadania, que participou de reunião com lojistas e construtores na última sexta-feira (3), que reivindicaram a reabertura dos serviços essenciais, ressalta que a redução na ocupação dos leitos foi essencial para decisão de avançar na reabertura. “Reduzimos a ocupação de leitos de UTI e de enfermarias. Diante dessa situação, o prefeito decidiu retornar à fase de transição”, justificou. 

“Intensificamos a fiscalização e estamos orientando os consumidores e empresários”.

Apesar disso, o secretário de Saúde de Iguatu, George Xavier, pede que a população colabore para que o Município possa avançar e reabrir outros empreendimentos. “Não há necessidade de aglomerações ou filas porque os estabelecimentos voltaram a funcionar em horário normal. Nós pedimos que as pessoas usem máscaras e mantenham o distanciamento recomendado”, ressalta. 

Segundo o último boletim da Prefeitura, deste domingo (5), o Município registra 1.070 casos confirmados da doenças e 35 óbitos. Um total de 741 pessoas se recuperaram da Covid-19. Outras 16 seguem internadas. Conforme a Plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará, o Município concentra uma taxa de transmissão de 1,13, o que significa que 10 pessoas podem transmitir a doença para outras 11.

Segundo a Sesa, índices acima de 1 indicam uma "alta transmissão" da doença e que mais casos seguem sendo gerados.

Lockdown

Nos últimos 10 dias, Iguatu viveu regime de lockdown por determinações municipal e estadual. A decisão de fechar, em dias alternados, até mesmo os serviços essenciais (padarias, supermercados, mercearias, bancos, casas lotéricas e de reduzir horário de funcionamento de postos de gasolina), no entanto, também provocou aglomerações.

O cabeleireiro Cícero Gomes reclama da situação atual. “Acho que se não fosse o fechamento, morreriam mais pessoas”, disse, mesmo estando "sem trabalhar" durante este período.

A comerciária Márcia Rocha vive situação semelhante. Ela ficou desempregada por causa da pandemia. “Era vendedora e estou atrás de emprego novamente. Está tudo muito incerto e difícil”, lamenta. Na outra ponto, o lojista Marcos Lima afirma que se o comércio mantiver a reabertura vai ser preciso contratar vendedores, mas ressalta o quadro de incertezas diante do atual cenário.

“O problema é a dúvida, abre essa semana, contrata trabalhadores, mas na próxima semana muda tudo e tem que fechar novamente. A gente fica sem saber o que fazer”, ressalta Lima.

Para o empresário Tiago Alves, a reabertura traz dúvidas. “A gente fica com medo e não sabe se pode abrir ou não, mas a orientação hoje foi para que não deixasse formar aglomeração”, frisou. “A gente atende também por delivery, exige uso de máscara e oferta álcool em gel, mas é preciso a colaboração dos moradores”.

Com informações Diário do Nordeste