Eleito sob a popularidade do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Heitor Freire revelou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), como funciona o "Gabinete do Ódio", grupo que coordena a propagação de notícias falsas e ataques a figuras públicas e instituições em vários estados brasileiros.
Entre os ataques citados pelo parlamentar está "postagem quase simultânea em diversas páginas do Facebook de um vídeo ofensivo ao Supremo Tribunal Federal, comparando-o a uma hiena que deveria ser fustigada por leões", diz trecho do inquérito.
Freire citou Matheus Sales, Mateus Matos Diniz e Tercio Arnaud Tomaz, assessores especiais da Presidência da República, como líderes do grupo. "Esse “gabinete” coordena nacional e regionalmente a propagação dessas mensagens falsas ou agressivas, contando para isso com a atuação interligada de uma grande quantidade de páginas nas redes sociais, que replicam quase instantaneamente as mensagens de interesse do “gabinete”. Essa organização conta com vários colaboradores nos diferentes Estados, a grande maioria sendo assessores de parlamentares federais e estaduais", diz outro trecho do documento.
Embora o ministro Alexandre de Moraes, que autorizou as diligências que investigam o esquema, aponte que possam existir filiais do "Gabinete" em todo o país, Freire, no depoimento, se referiu a a Paraíba, Bahia, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
As investigações também apontaram que toda essa estrutura, aparentemente, estaria sendo financiada por empresários como Edgar Corona e Luciano Hang que, atuando de maneira velada, fornecem recursos das mais variadas formas para os integrantes dessa organização, inclusive impulsionando vídeos e materiais contendo ofensas e notícias falsas com o objetivo de desestabilizar as instituições democráticas e a independência dos poderes.
Com informações Cnews
