Após um mês da morte do idoso Ahail Gentil Moura, de 83 anos, que sofreu uma forte descarga elétrica ao pintar a parede de um prédio residencial no dia 8 de janeiro, no Bairro Rodolfo Teófilo, em Fortaleza, a família decidiu mover uma ação judicial contra a Enel Distribuição Ceará, responsável pela manutenção e distribuição da rede elétrica no estado.
“Nossos advogados já estão com todos os documentos necessários e todos os laudos que fizemos com os engenheiros. Os advogados já estão entrando contra os responsáveis. Não vamos deixar cair em esquecimento, vamos sim lutar”, declara a filha do aposentado, a cabeleireira Aline Ramos, 27 anos.
Em nota, a Enel esclareceu que os padrões da rede elétrica do local continuam de acordo com as normas técnicas e de segurança. “Avaliou o caso e identificou que a rede de alta tensão próxima da casa foi energizada em 2016 e não havia o último pavimento, onde aconteceu o acidente”, informou.
No incidente, Ahail estava pintando a parte externa da varanda do seu apartamento, que fica no quarto andar, quando foi atingido pela descarga e caiu na varanda. "Eu o encontrei sentado em um banquinho, olhando para si, sem entender o que estava acontecendo. A pele dele estava toda queimada", afirma a filha Aline Ramos. Foi a segunda vez que o aposentado sofreu uma descarga elétrica no mesmo local. Há um ano, ele teve mãos e antebraço queimados também por conta do poste. O equipamento de alta tensão foi instalado nas proximidades da residência há cerca de dois anos, sem que a família fosse comunicada.
Ahail passou dois dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto José Frota (IJF), com estado de saúde considerado grave. No dia 13 de janeiro, a morte foi confirmada pelos médicos em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. Conforme Aline, os familiares acreditavam na recuperação do idoso. "Estávamos preparando o quarto para quando ele voltasse, com uma televisão nova, pois a dele queimou com a descarga elétrica", acrescentou.
“Nós queremos remover ou direcionar esse poste para bem longe do condomínio”, afirmou Aline. De acordo com ela, no período de chuva os choques ficam mais recorrentes, “Cria-se um arco de alta tensão. Tem que tirar ele daqui”, pontua a filha. Conforme os familiares, a Enel não fez nenhum contato com eles.
Com informações G1
