Das oito espécies de felinos que habitam o Brasil, seis vivem no sertão nordestino. Pesquisa comprovou a presença de cinco delas na Caatinga do Ceará, em Crateús. São elas: o gato-do-mato-pequeno (Leopardus tigrinus), o gato-mourisco (Puma yagouaroundi), a jaguatirica (Leopardus pardalis), suçuarana ou onça parda (Puma concolor) e gato-maracajá (Leopardus wiedii).
Por meio de registros fotográficos, foi confirmada a presença destes animais no entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra das Almas, em Crateús, e também no Píauí, durante fases iniciais da pesquisa cientifica do "Projeto No Clima da Caatinga (NCC)", realizada entre 2014 e 2015, pela Associação Caatinga.
Terceira fase começará entre março e abril deste ano com o auxílio de pesquisadores espanhóis. Felinos serão monitorados para a criação de medidas de conservação e proteção do bioma. “É importante entender como essas rotas são feitas, por onde eles andam para destacar a preservação de áreas prioritárias utilizadas pela espécie tanto na Reserva como nas adjacências”, explicou ao O POVO Online, o biólogo e coordenador técnico do projeto, Samuel Portela.
O foco do trabalho será a onça-parda e a jaguatirica. Segundo a veterinária Marina Zanin, uma das pesquisadoras responsáveis, as duas espécies são tidas como os maiores felinos que vivem na Reserva. “Esse estudo vai ser feito por um conjunto de técnicas: amostragem de fezes, o que já iniciamos, amostragem com armadilhas fotográficas e captura-marcação com colar GPS”, detalha.
Vulnerabilidade
A pesquisa desempenha um importante papel na preservação das espécies devido o risco iminente de extinção. Estima-se que, no Brasil, há 2.500 onças-pardas, segundo dados de 2013 do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). No entanto, a previsão é que 10% desta população esteja extinta nas próximas duas décadas. A espécie foi categorizada como Em Perigo (EN).
A pesquisa científica é uma das ações do Projeto No Clima da Caatinga (NCC) que é realizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras e Governo Federal por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Fonte: O Povo