Páginas

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Barco naufraga no Rio Xingu e deixa ao menos 10 mortos

Um barco que saiu de Santarém rumo a Vitória do Xingu, no Pará, com mais de 70 pessoas a bordo, afundou no Rio Xingu - entre os municípios de Porto de Moz e Senador José Porfírio -, na madrugada desta quarta, 23. Até o início da noite, os dados oficiais eram de 10 mortos, 15 sobreviventes e cerca de 40 desaparecidos. A embarcação Capitão Ribeiro não tinha registro na Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon).

Segundo a Arcon, a embarcação pertence à empresa Almeida e Ribeiro Navegação e realizava “transporte clandestino de usuários”. Embora tivesse sido notificada no dia 5 de junho deste ano para que providenciasse a regularização, nenhum diretor da empresa compareceu ao órgão público. Após sair de Santarém, a embarcação faria escala nos municípios de Monte Alegre e Prainha e teria como destino final Vitória do Xingu, em única viagem. De acordo com o governo do Pará, até 40 pessoas, sobretudo idosos, teriam embarcado em Porto de Moz.

Segundo o DJ e animador de festas em Altamira Bruno Costa, de 32 anos, um dos sobreviventes do acidente, ao notar a possibilidade de naufrágio, 25 pessoas decidiram nadar até a margem do rio, no meio da escuridão. Ele conta que os sobreviventes ficaram cerca de seis horas nadando sem saber onde estavam e conseguiram chegar à margem apenas às 3 horas.

“Graças a Deus, estou muito bem, mas tive momentos terríveis em minha vida. Era por volta de 21h30 (de anteontem), quando começou uma tempestade muito forte. De repente, o barco começou a estalar e a afundar”, relatou Costa. Segundo ele, a lona amarrada em uma parte da embarcação para que a água da chuva não molhasse as pessoas impediu muita gente de sair do barco, provocando pânico entre os passageiros.

Costa relata que conseguiu pegar uma criança de 2 anos, embora estivesse sem colete salva-vidas, quando outro passageiro, na agonia de escapar, projetou-se sobre ele, rasgando suas roupas. Às 20 horas desta quarta, ainda havia informações desencontradas. O governo do Pará falava em 15 sobreviventes, mas outros órgãos apontavam até 25. Entre os dez mortos confirmados, há seis mulheres, dois homens e duas crianças.

Fonte: O Povo