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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Chuva no Ceará deve ficar abaixo da média, diz Inpe

A previsão climática para o trimestre abril, maio e junho de 2017, produzida pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, indica, para a Região Nordeste, 45% de probabilidade de as precipitações se situarem abaixo da faixa normal climatológica. As categorias acima e dentro da normalidade ficam em 20% e 35%, respectivamente.
Segundo os especialistas, na região do oceano Atlântico Norte, as anomalias de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) contribuíram para a atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema indutor de chuvas de fevereiro a maio, no Ceará, durante o mês de março. Contudo, se esse cenário persistir, aumentarão as chances de continuidade do déficit pluviométrico no Nordeste.
"A ZCIT deve se afastar da região entre abril e maio, caracterizando o fim do período chuvoso. Em junho, já não deve mais chover", explica Gilvan Sampaio, chefe da Divisão de Operações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe). Ainda assim, o trimestre deve ser chuvoso ao leste do Nordeste.
Os meteorologistas indicam que o fenômeno El Niño, que traz impactos negativos no regime de chuvas no Ceará, deve permanecer neutro durante o trimestre, embora possa se manifestar nos próximos meses.
Já o prognóstico elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), divulgado em fevereiro, sustenta probabilidade de 43% de chuvas dentro da média histórica no Ceará, entre os meses de março e maio. O órgão projeta 20% de chances de chuvas acima e 37% abaixo da média. Em março, a média histórica para o mês, de 203 mm, foi superada em 1%, com verificação de 205,1 mm de precipitações. O fato não acontecia desde 2009.
Contudo, a melhor fase da quadra chuvosa no Estado pode já ter passado. Segundo o meteorologista da Funceme, Davi Ferran, historicamente, em março, chove 10% a mais que o mês de abril. Neste mês, a média histórica costuma ser de 188 mm. Há tendência de diminuição das chuvas em maio, com média de 90 mm, e em junho, com 37 mm. No mês junino, as chuvas devem se concentrar na faixa litorânea.
Reservatórios
Na última previsão sazonal, o Inpe ressalta que a situação hídrica na maioria dos reservatórios de abastecimento de água do norte da Região Nordeste permanece extremamente crítica. Ontem (6), os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), cuja capacidade total são 18,63 bilhões m³, apresentavam volume de 2,14 bilhões m³ (11,5%). No Estado, quatro açudes estão sangrando e 87 com volume inferior a 30% .
Fonte: Diário do Nordeste