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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Indonésia deve executar brasileiro e mais dez

Rodrigo Gularte foi condenado à morte em 2005 / BBC Mundo/AFP


"O gabinete do procurador-geral tem agora 11 condenados no corredor da morte prontos para a execução", confirma Spontana.

Na lista consta o nome do brasileiro Rodrigo Gularte, condenado à pena de morte em 2005 por tentar entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf. 

Na semana passada o ministério das Relações Exteriores do Brasil já havia informado que pedido de clemência de Rodrigo Gularte foi rejeitado pelas autoridades indonésias. Ainda assim, a diplomacia brasileira afirmou que pretendia seguir trabalhando até "esgotar todas as possibilidades". 

A defesa do brasileiro tem esperanças que o governo da Indonésia reconsidere a decisão por razões médicas. Rodrigo foi diagnosticado com esquizofrenia e, de acordo com a lei do país, ele poderia ser internado em um hospital psiquiátrico em vez de ser executado. 

A mãe de Rodrigo Gularte visitou o filho pela última vez em 2014. Em entrevista recente, ela declarou que o filho estava "totalmente transformado" e havia perdido 15 quilos. 

Além da clemência do brasileiro, o presidente Joko Widodo rejeitou os pedidos de dois australianos que estão no corredor da morte há quase dez anos, de um francês, um nigeriano, um ganense, um filipino e quatro indonésios. 

Marco Archer
No dia 18 de janeiro a Indonésia executou seis pessoas, entre elas Marco Archer (o primeiro brasileiro a ser executado por pena de morte no exterior). 

O Brasil, assim como a Holanda - que também teve uma pessoa executada -, reagiu com uma convocação para consultas de seus embaixadores.

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em um comunicado que estava "consternada e indignada" com o fuzilamento, que traria consequências para as relações bilaterais.

As execuções de janeiro foram as primeiras desde a chegada ao poder, em outubro do ano passado, do presidente Widodo. Ele colocou em prática o discurso que sustentava durante a campanha eleitoral.


"Não haverá clemência para os narcotraficantes", afirmou Widodo pouco depois de assumir o cargo.