A mãe do menino morto após ficar quase 2 horas dentro de um carro que fazia transporte escolar irregularmente na noite de sexta-feira (12) no Rio disse que essa não foi a primeira vez que a condutora do veículo "esqueceu" a criança. Gabriel Martins de Oliveira Alves da Silva foi achado desacordado dentro de um Gol preto em Vicente de Carvalho, no Subúrbio. Ele foi socorrido, mas já teria chegado morto ao hospital. Segundo a pediatra que atendeu Gabriel, ele teria morrido de insolação extrema, como mostrou a Globonews neste sábado (13).
A polícia suspeita que a mulher responsável pelo transporte da criança, identificada como Cláudia Vidal da Silva, de 33 anos, tenha esquecido o menino dentro do carro. De acordo com policiais, ela buscou o menino para levá-lo à creche, mas o teria esquecido dentro do veículo por volta das 10h de sexta. A motorista só teria lembrado da criança cerca de duas horas depois. Ela foi autuada por exercício ilegal da profissão.
"Ela já esqueceu meu filho antes. Uma vez, ela teve a cara de pau de falar: 'seu filho é um amor, muito bonzinho, então, eu prefiro entregar todas as crianças primeiro e deixo seu filho por último'. Só que dessa vez ela não entregou", disse a mãe de Gabriel, Carla Martins de Oliveira, em entrevista à Globonews.
Até as 10h30 da manhã deste sábado, o corpo do menino Gabriel permanecia no Instituto Médico-Legal (IML), no Centro.
Motorista disse que teria desmaiado
A 27º DP (Vicente de Carvalho) instaurou inquérito para apurar o crime de abandono de incapaz com resultado de morte. De acordo com a Polícia Civil, o veículo e as roupas da criança foram apreendidos e encaminhados à perícia. Os agentes investigam a versão apresentada por Cláudia de que ela teria passado mal e desmaiado e, por isso, a criança teria ficado no veículo.
"Ela contou que estava a caminho da creche dele [Gabriel] para levá-lo como faz diariamente, quando teve um mal súbito, encostou o carro e desmaiou. Após acordar e retomar a consciência, infelizmente, o Gabriel já estava em complicações, certamente, já sofrendo de convulsão", disse o delegado da 27ª DP, Gustavo Castro.
Além de Cláudia, os investigadores já ouviram o depoimento da mãe da criança e de algumas testemunhas. Os agentes agora procuram imagens de câmeras de segurança instaladas na região que possam ajudar nas investigações.