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terça-feira, 1 de julho de 2014

Mexicanos são presos acusados de espancar advogados

Quatro mexicanos foram presos em flagrante acusados de espancar dois advogados cearenses, por volta das 21 horas do último domingo, na Praia de Iracema. Segundo a Polícia Civil, os turistas assediaram a esposa de uma das vítimas. O marido dela teria discutido com os estrangeiros, que o agrediram. O irmão dele tentou impedir, mas também foi espancado.
Os dois irmãos, que pediram para não ser identificados, receberam atendimento médico em hospital e foram liberados. Já os acusados foram capturados pela Polícia Militar com a ajuda de moradores da região.
Entre os mexicanos, está o deputado Sérgio Israel Eguren Cornejo, 37, do Partido Acción Nacional (PAN). Os outros estrangeiros são o irmão de Sérgio, Angel Rimak Eguren Cornejo, 34 anos, publicitário; Mateo Codinas Velten, 35 anos, engenheiro; e Rafael Miguel Medina Pederzini, 31.
Segundo a titular da Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), Adriana Arruda, os irmãos cearenses e a esposa de um deles cruzavam a pé a avenida Monsenhor Tabosa, que estava engarrafada, quando um dos mexicanos assediou a mulher. O turista estava dentro de um táxi com os outros três acusados. O marido teria discutido com os estrangeiros, que desceram do veículo e começaram a agredi-lo. “Eles derrubaram os dois no chão e bateram violentamente neles”, relatou.
Com a chegada de uma viatura da Polícia Militar, os mexicanos teriam tentado fugir, mas foram contidos pelos moradores até a chegada dos policiais. Todos foram levados para a Deprotur, onde receberam assistência do Consulado Honorário do México no Ceará. Todos permaneceram calados durante o interrogatório e foram autuados por lesão corporal de natureza grave, crime com pena de um a cinco anos de reclusão.
Os mexicanos estão detidos na Delegacia de Capturas, no Centro, e aguardam transferência para o sistema prisional. “Todos vão responder pelo crime no Brasil, da mesma forma que os cidadãos brasileiros. Foi uma prisão em flagrante. Vamos comunicar a Polícia Federal sobre a situação deles. Somente aí poderá ser aberto um processo para saber se eles ficarão no País ou serão deportados ou extraditados”, afirmou a delegada.
Um dos advogados agredidos contou que ainda tentou livrar o irmão das agressões. “Agrediram sem necessidade. O meu irmão está muito machucado. Teve traumatismo facial e hematomas pelo corpo”, diz. 
A defesa dos mexicanos informou que atua para conseguir a soltura dos estrangeiros. Henrique Garcia, advogado deles, conta que, segundo a versão dos turistas, eles não participaram da agressão.

Conforme o advogado, os quatro mexicanos estavam no táxi a caminho do aeroporto. A esposa do advogado teria sido tocada por outro homem que vestia camisa do México. “A vítima achou que tinha sido um dos acusados, porque o táxi estava parado, e o agrediu. Depois de levar um soco ele (mexicano) desceu do carro”, relata.
Ainda de acordo com Henrique, os outros três mexicanos desceram do táxi e tentaram acalmar o cearense, quando outro grupo de mexicanos que passava pelo local percebeu a situação e teria avançado contra o advogado. “Os quatro mexicanos que estão presos, na verdade, não fizeram nada”, diz.
O advogado de defesa acredita que ainda é cedo para saber se os estrangeiros vão responder pela ação no Ceará. “Temos que aguardar o andamento do processo. O trabalho da defesa agora é para soltá-los”, conclui.
Durante o domingo, outras seis pessoas foram detidas, dentre elas três mexicanos que se envolveram em uma confusão nas proximidades da Arena Castelão. 

Os turistas também brigaram com brasileiros. Os mexicanos foram autuados por praticar a violência em eventos esportivos,
conforme previsto no Estatuto do Torcedor, e devem responder pelo incidente em liberdade. 

Em outro episódio, um mexicano quebrou a perna durante uma briga dentro de um dos ônibus que levava torcedores aos bolsões de estacionamento. 
Segundo a SSPDS, desde o início da Copa, 11 turistas estrangeiros já foram detidos após cometimentos de crimes no Ceará. Entre eles, nove são mexicanos. Dois deles foram presos por desacato, quatro por lesão corporal grave e três por praticar violência em eventos esportivos. Além deles, um alemão e um grego também foram detidos, ambos por dano ao patrimônio.