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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Presidiário admite ganhar R$ 2 mil por semana


Os golpes aplicados diariamente das cadeias de todo o país poderiam ser evitados ser o sistema de bloqueadores dos sinais de celulares em presídios fossem mais eficazes. A conclusão é de especialistas em segurança e em telecomunicações. Com a entrada facilitada de aparelhos nas casas de detenção, os bandidos enviam mensagens ou ligam para as vítimas dizendo que elas foram premiadas, mas para receber o prêmio devem depositar uma quantia em uma conta bancária. 

Em conversa ao vivo com o âncora da BandNews FM Ricardo Boechat, um preso da Casa de Privação Provisória de Liberdade Agente Elias Alves da Silva, em Itaitinga, no Ceará, admitiu que ganha em média R$ 2 mil por semana.

O golpista, que se identifica como primeiro como Edmilson e depois como Ricardo, envia mensagens de texto para clientes de várias operadores informando que a vítima foi contemplada com R$ 25 mil. 

Ao ser questionado, o criminoso confessou que está na cadeia há sete meses, ainda aguardando julgamento por assalto à mão armada. O preso revelou que idosas são as que mais caem no golpe. O golpista disse ainda que tem 28 anos e três filhos, sendo dois deles ainda pequenos, e afirmou que pratica os crimes para ajudar a família. 

Quando sair da cadeia, ele prometeu realizar um assalto à agência dos Correios da sua cidade, Aquiraz, também no Ceará, e se tornar traficante de armas no Rio de Janeiro: "Vou virar traficante no Rio porque lá é mais fácil". 

Na opinião do engenheiro de Telecomunicações Ruy Botezi o problema está na instalação de antenas de celulares em um raio próximo a cada presídio que deixaria o sistema de bloqueador frágil.

"O entorno do presídio é uma área de segurança nacional. Gastasse muito dinheiro com a compra de bloqueadores, que funcionam um ou dois anos e depois ficam obsoletos". 

A Anatel informou que apenas é responsável pela regulamentação do sistema e não pela a fiscalização, que, segundo a agência, é de responsabilidade do governo federal. 

O Departamento Penitenciário Nacional não revelou dados estaduais nesta quinta-feira. Já o Sistema Penitenciário Federal informou que nunca foram encontrados telefones celulares em cadeias.


Fonte: BandNews FM