Páginas

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Um preso é morto a cada 10 dias no Estado

Enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) não define se pede à Justiça a intervenção no Maranhão pela crise de segurança pública, um preso morreu neste ano a cada 10 dias em carceragens do Estado. A mais recente morte se deu à noite de segunda-feira no Centro de Detenção Provisória (CPD) de Pedrinhas, em São Luís.

André Walber Mendes, de 26 anos, foi encontrado morto com sinais de enforcamento. No sábado e no domingo, outros dois presos foram assassinados no mesmo conjunto prisional. O primeiro foi liquidado com golpes de barras de ferro, enquanto o outro foi achado com evidências de de enforcado.

Já são ao todo 10 vítimas fatais em presídios maranhenses, sendo sete só no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, nestes quase quatro meses. Com celas superlotadas, entrada fácil de armas e pouca segurança, 60 detentos faleceram no ano passado só em Pedrinhas. Diante da insegurança, desde o fim do ano passado, homens da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) também a tropa de choque da Polícia Militar do Maranhão passaram a atuar no complexo. No final do ano passado, uma comissão de representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de procuradores e advogados visitou Pedrinhas.

O relatório da inspeção serviria de base para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, analisar se pediria ou não a intervenção federal no Maranhão diante do caos na segurança dos presídios. O documento foi entregue no dia 27 de dezembro ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que preside o conselho. A Procuradoria-Geral ainda solicitou em janeiro à governadora maranhense, Roseana Sarney (PMDB), respostas sobre o motivo do caos penitenciário. As explicações foram enviadas a Janot ainda no início de janeiro. Desde então, foi cobrada uma resposta da PGR sobre o prazo para se decidir se pedirá a intervenção e se não há demora diante da gravidade do caso. Por meio da assessoria de imprensa, a Procuradoria-Geral apenas informou que não há prazo para a resposta.