Enquanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) não define se pede à
Justiça a intervenção no Maranhão pela crise de segurança pública, um
preso morreu neste ano a cada 10 dias em carceragens do Estado. A mais
recente morte se deu à noite de segunda-feira no Centro de Detenção
Provisória (CPD) de Pedrinhas, em São Luís.
André
Walber Mendes, de 26 anos, foi encontrado morto com sinais de
enforcamento. No sábado e no domingo, outros dois presos foram
assassinados no mesmo conjunto prisional. O primeiro foi liquidado com
golpes de barras de ferro, enquanto o outro foi achado com evidências de
de enforcado.
Já são ao todo 10 vítimas fatais em presídios
maranhenses, sendo sete só no Complexo Penitenciário de Pedrinhas,
nestes quase quatro meses. Com celas superlotadas, entrada fácil de
armas e pouca segurança, 60 detentos faleceram no ano passado só em
Pedrinhas. Diante da insegurança, desde o fim do ano passado, homens da
Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) também a tropa de choque da
Polícia Militar do Maranhão passaram a atuar no complexo. No final do
ano passado, uma comissão de representantes do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), de procuradores e advogados visitou Pedrinhas.
O
relatório da inspeção serviria de base para o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, analisar se pediria ou não a intervenção
federal no Maranhão diante do caos na segurança dos presídios. O
documento foi entregue no dia 27 de dezembro ao ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que preside o conselho. A
Procuradoria-Geral ainda solicitou em janeiro à governadora maranhense,
Roseana Sarney (PMDB), respostas sobre o motivo do caos penitenciário.
As explicações foram enviadas a Janot ainda no início de janeiro. Desde
então, foi cobrada uma resposta da PGR sobre o prazo para se decidir se
pedirá a intervenção e se não há demora diante da gravidade do caso.
Por meio da assessoria de imprensa, a Procuradoria-Geral apenas informou
que não há prazo para a resposta.