O cearense Francisco Rodrigues de Castro Júnior, de 14 anos, é um dos
40 aprovados no curso medicina no campus de Sobral da Universidade
Federal do Ceará (UFC). O menino, que nasceu em Sobral mas passou toda a
infância em Mucambo, a 281 quilômetros de Fortaleza, fez pela primeira
vez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para testar os
conhecimentos. O estudante do 2º ano do ensino médio conseguiu 791,2
pontos na avaliação. “Fiz despretensiosamente. Não imaginava que teria
essa pontuação. Meus amigos que falaram que com esse resultado
conseguiria entrar em medicina na UFC", conta.
Além de ser aprovado em medicina, Franciso também passou no vestibular
tradicional da Universidade Estadual do Ceará (Uece), alcançando o
primeiro lugar no curso de química. “Como soube da pontuação do Enem
antes do resultado da Uece, já esperava que também me sairia bem”,
afirma. Apesar da pouca idade e das opções, Francisco diz estar decidido
em começar a cursar medicina o mais rápido possível. “Eu me acho novo,
mas sei que consigo lidar com isso. Vai dar certo.”
Para Francisco ingressar na faculdade de medicina, a família do
estudante já fez o pedido de parecer que dispensa o aluno de cursar o
restante do ensino médio. O documento é dado pelo Conselho Estadual de
Educação. O aluno deve fazer uma avaliação no colégio onde estuda e,
caso seja aprovado, consegue o avanço de série e o certificado de
conclusão do ensino médio, exigido na matrícula do curso.
Normalmente,
apenas alunos que concluem o Ensino Médio podem cursar nível superior.
Até o último dia de inscrições no Sistema de Seleção Unificada (SISU), a primeira opção era medicina-Fortaleza. Na última hora, ele resolveu trocar. “Decidi colocar Sobral
para ficar mais perto da minha família.” Francisco mudou-se para
Fortaleza há dois anos, quando conseguiu uma bolsa de estudos no Ari de
Sá, uma das escolas de Fortaleza que mais aprovam em vestibulares e no
Enem.
No 1° ano do Ensino Médio, o adolescente estudou em uma turma
preparatória para o vestibular do Instituto Tecnológico da Aeronáutica
(ITA), mas no 2° ano, o estudante resolveu ir para uma turma olímpica,
voltada para o Enem. “Estava em dúvida entre engenharia e medicina, mas
vi que não queria tanto cálculo na minha vida”, confessa.
