Uma adolescente de 13 anos é a principal suspeita de ter matado um
ex-presidiário a tiros, na manhã de ontem, no quarto de uma pousada
localizada no Centro de Fortaleza. Segundo informações da Polícia Civil,
a vítima tinha 33 anos e era padrasto da garota, que alegou ter atirado
para se defender, pois estaria sendo estuprada.
No momento
do crime, não havia testemunhas no local. A mãe da adolescente teria
saído de casa por conta de uma briga que teve com o companheiro momentos
antes do episódio. O padrasto respondia por roubo e furto, e havia
deixado o presídio na última sexta-feira.
O crime ocorreu por
volta das 6h30min, na pousada em que a família morava, na rua Rufino
Alencar, próximo à Catedral Metropolitana. Uma moradora disse que ouviu o estampido dos tiros. “Pensei que ele tinha matado a mulher,
porque ainda ontem ouvimos quando ele a agrediu. Não imaginei que fosse a
garota. Ela é uma boa menina. Respeita a todos. Uma filha exemplar”,
afirmou.
O caso está sendo investigado pela Delegacia da
Criança e do Adolescente (DCA). Um policial da unidade, disse que a apuração está dependendo
“completamente” dos exames feitos pela Perícia Forense do Ceará
(Pefoce).
“Primeiro temos que descobrir se houve realmente
estupro. Também não há confirmação de que ela tenha atirado, nem mesmo a
distância do disparo. Somente com os exames em mãos e após ouvir a garota
e sua mãe, poderemos chegar a uma conclusão”, disse o policial.
Segundo
a fonte, é “muito estranho” que a mãe da adolescente ainda não tenha
sido localizada. Familiares do ex-presidiário estiveram na pousada, mas
não falaram com a imprensa. Eles também questionavam o sumiço da mãe da
garota. Para a Polícia, existe a possibilidade de que o sumiço dela
possa estar ligado ao desfecho do caso. Porém, conforme o policial,
alguns moradores da pousada disseram ter visto a garota correndo pelo
prédio, totalmente despida, com a arma na mão. “Disseram que ela pedia
ajuda”.
A arma do crime, um revólver calibre 38, com duas
munições deflagradas e três intactas, pertenceria ao padrasto. A garota
afirmou aos policiais que conseguiu alcançar o revólver em um momento de
descuido do ex-presidiário e atirou. Dois tiros atingiram o homem: um
nas costas e um no ombro.