Oito quilômetros separam dois homicídios de travestis em Maracanaú. Os dois crimes aconteceram no feriado desta quinta-feira (31). Jocélio Lourenço Pereira, conhecido como Patrícia, e uma outra vítima não identificada foram mortas nos bairros Luzardo Viana e Pajuçara, respectivamente.
As duas foram alvejadas na região do pescoço. A Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, investiga os dois casos.
“Pudemos identificar que a vítima apresentava ferimentos por arma de fogo direcionados para a região cervical, do pescoço. Foram constatadas pelo menos duas lesões do tipo. Há sinais de que os tiros podem ter ocorrido a curta distância”, disse Leão Júnior, perito da Pefoce, em entrevista aoprograma Barra Pesada, da TV Jangadeiro/SBT, sobre o primeiro caso.
Patrícia, como era conhecida na comunidade, foi morta a poucos metros de casa, no bairro Luzardo Viana. A travesti tinha 49 anos e trabalhava como faxineira. Segundo informações colhidas no local, uma pessoa chegou de bicicleta, conversou com a vítima e, minutos depois, atirou nela.
A polícia investiga se a morte tem ligação com uma confusão horas antes na casa de Patrícia, onde havia um momento de lazer. No entanto, a situação foi contornada. A coincidência é de que a vítima foi morta horas depois. Parentes da vítima disseram desconhecer a motivação do crime.
Segunda morte
Também na noite de quinta-feira foi registrada a morte de outra travesti. Também em Maracanaú, no bairro Pajuçara, a vítima foi executada com diversos disparos de arma de fogo. No local, a Perícia Forense encontrou pelo menos 14 indicações de cápsulas disparadas e não deflagradas. Ela teria sido morta com pelo menos 10 tiros de pistola.
“Foram 14 cápsulas deflagradas como não deflagradas, o que indica uma possível pane na arma que foi usada. No corpo da vítima, constatamos algumas lesões, não no total das cápsulas deflagradas, mas direcionadas principalmente para a região do pescoço. Sem nenhuma identificação, é uma vítima de característica do sexo masculino e tem entre 25 e 30 anos”, disse Leão Júnior, perito da Pefoce.
Segundo populares, a vítima morava há pouco tempo na comunidade e estaria fazendo programas no local. O local da execução era ermo, com um terreno baldio de um lado e outro murado de outro.
Fonte: Tribuna do Ceará