Acusada do crime |
A Polícia Civil do Rio informou nesta segunda-feira
(26), em entrevista coletiva na Cidade da Polícia, que a grávida Rayanni
Christini Costa Ferreira, de 22 anos, foi sequestrada e morta para ter o bebê
roubado por outra mulher. Os investigadores da Delegacia de Paradeiros
acreditam que o corpo da jovem desaparecida em Bangu, na Zona Oeste, em 13 de
dezembro, tenha sido queimado junto com o do bebê.
Restos mortais foram encontrados na
Baixada Fluminense e peritos vão analisar o DNA para saber se é de Rayanni e do
bebê.
Os suspeitos, Thainá da Silva Pinto,
de 21 anos, e o marido, Fábio Luiz Souza Lima, de 27, foram indiciados por
duplo homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáveres. Os dois estão
presos.
"Acreditamos que ela tentou forçar o parto de
Rayanni. Nesse processo, o bebê morreu. Decidiram, então, matá-la também",
disse a delegada da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, Elen Souto.
Os detalhes encontrados na casa da
suspeita reforçam essa suspeita. Havia sangue espalhado em várias partes do
imóvel. Uma faca também foi encontrada no local. A prova mais contundente, no
entanto, foi encontrada nos fundos do terreno – restos do que seria um corpo
feminino incinerado. O material foi levado ao Instituto de Criminalística da
Polícia Civil e será confrontado com material genético que será fornecido pela
mãe de Rayanni.
Rayanni
desapareceu em Bangu, na Zona Oeste, depois de sair para encontrar uma mulher que prometia doar roupas para o bebê
que espera. A gestante saiu de casa com destino à Central do Brasil e não foi
mais vista.
Para os investigadores, Rayanni
tinha características que se encaixavam no perfil procurado pelos criminosos.
Aos 22 anos, era mãe solteira, emocionalmente frágil e distante da família.
Thainá sonhava em ser mãe, mas a
descoberta de um ovário policístico atrapalhou os planos. Diante disso, decidiu
que iria tomar o bebê de outra mulher, de acordo com a investigação. Passou a
se inscrever em grupos de WhatsApp dedicados à doação de artigos para bebês.
Em mais uma ocasião, marcou
encontros com grávidas de baixa renda, sempre com a alegação de que doaria
fraldas, mamadeiras e outros artigos utilizados por crianças pequenas. No
entanto, em todas essas ocasiões, a vitima sempre estava acompanhada, o que
impedia a ação. Foi quando surgiu Rayanni.
Apavorada por estar em sua segunda
gravidez solteira, ela ficou encantada com as ofertas por Thainá. Marcaram um
encontro para a manhã do dia 13, na Central do Brasil. Eram 9h23 quando ambas
se encontraram. Dali, contando com o auxilio de um grupo de pelo menos três
amigos, Thainá levou Rayanni até sua casa, em Magé.
Lá, segundo a polícia, tentou
induzir o parto da vítima. Nesse momento, ela percebeu que, ao contrario do que
Rayanni havia afirmado, o bebê tinha sete meses, e não oito e meio.
"Trata-se de uma pessoa muito
fria. Diria que até debochada. Não demonstrou qualquer tipo de arrependimento.
Parece haver um nível de psicopatia ali, uma vez que ela já enganou a própria
família, afirmando em ocasiões anteriores que estava grávida. Há fotos da
Thainá em redes sociais nas quais ela aparece com a barriga inchada. Ainda não
sabemos se ela tomou alguma medicação para ficar daquela maneira ou se foi um
caso de gravidez psicológica, o que é possível, uma vez que a mãe dela já
apresentou quadro semelhante no passado", explicou a delegada.
O envolvimento de Thainá com o crime
não é recente. Pelo menos desde o ano passado, ela é a responsável pela
manutenção de uma conta bancária utilizada por bandidos para guardar dinheiro
obtido por meio de atividades ilegais.
A polícia também pediu a prisão de
pelo menos mais três pessoas que participaram do sequestro de Rayanni. Elas
teriam sido responsáveis pelo transporte da vitima da Central até Magé. Seus
nomes, no entanto, ainda não foram divulgados.
Fonte: G1