Um novo caso de falha na execução de um condenado volta a levantar a discussão sobre a pena de morte nos Estados Unidos. Ontem, um homem condenado no Arizona demorou quase duas horas para morrer depois de receber uma injeção letal. Joseph Wood, de 55 anos de idade, havia sido condenado pelo assassinato da ex-namorada e do ex-sogro. Segundo o jornal britânico The Guardian, o processo de execução foi tão demorado que os advogados do condenado tiveram tempo de protocolar um recurso para tentar interromper a ação.
O apelo, alegando que o procedimento violava o direito constitucional que veta uma punição cruel, foi negado por um magistrado da Suprema Corte. “Ele engasgou e lutou para respirar por cerca de 1 hora e 40 minutos”, disse um dos defensores, Dale Baich. “O Arizona parece ter se juntado a vários outros Estados que têm sido responsáveis por um horror totalmente evitável: uma execução mal feita”. O advogado defendeu que o sistema prisional dos Estados Unidos interrompa o uso de novos coquetéis de drogas em presos sentenciados à morte. “Vamos renovar nossos esforços para obter informações sobre as drogas manipuladas, além de investigarmos como o Arizona obteve as drogas experimentais utilizadas”.
O diretor da Secretaria de Administração Penitenciária, Charles Ryan, disse que o protocolo foi seguido e que a execução foi monitorada por uma equipe médica licenciada. Segundo ele, Wood estava “total e profundamente sedado” cinco minutos depois de as drogas começarem a ser administradas, e que os médicos confirmaram que ele permaneceu sedado antes de sua morte ser declarada.
A governadora do Arizona, Jan Brewer, expressou preocupação e ordenou uma revisão dos procedimentos. Mas também disse que a Justiça foi feita e que a execução foi legal. “Uma coisa é certa, no entanto, o condenado Wood morreu de forma legítima e, segundo relatos de testemunhas e médicos, ele não sofreu”, disse a republicana, em comunicado, lembrando o “horrível e cruel sofrimento” imposto às duas vítimas do condenado, “e o sofrimento para a vida toda que ele causou à família das vítimas”.