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sábado, 14 de junho de 2014

Chuvas do Ceará ficaram 24% abaixo da média histórica, segundo Funceme

As chuvas entre fevereiro e maio de 2014 ficaram 24% abaixo da média histórica no Ceará, segundo divulgou, nesta sexta-feira (13), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A média histórica dos quatro meses  é de 607,4 milímetros, enquanto o acumulado na quadra chuvosa de 2014 foi de 461,9 milímetros. “Desde de dezembro do ano passado emitimos previsões mostrando maiores probabilidades de chuvas abaixo da média para meses da quadra chuvosa. Foi assim também no prognóstico oficial, divulgado em janeiro, e na previsão climática feita em fevereiro”, lembrou Eduardo Sávio Martins.

Segundo a Funceme, a quadra chuvosa foi marcada pela irregularidade temporal e espacial, já que houve vários registros de veranicos (períodos de mais de cinco dias sem registro de chuvas), bem como diferença dos índices acumulados entre as macrorregiões. No litoral norte, as chuvas ficaram 35% abaixo da média, nas demais regiões entre 15% e 33% abaixo. Já no Cariri, o período chuvoso teve um desvio positivo de 7%, considerado na categoria em torno da média.

A explicação para as chuvas abaixo da média vêm dos oceanos. Segundo os meteorologistas, enquanto houve uma neutralidade nas temperaturas do oceano Pacífico, as condições do oceano Atlântico não permitiram uma posição mais favorável da zona de convergência intertropical, o que poderia trazer maior frequência de dias chuvosos no Ceará. “Até choveu melhor que em 2013 e que em 2012, pois houve um momento, em março, em que a zona de convergência esteve favorável e tivemos bons eventos de precipitação. Mas, no geral, o período chuvoso ficou marcado pela irregularidade”, avaliou o presidente da Funceme.
Enquanto o estação chuvosa de 2014 ficou 24% abaixo da média, nos anos anteriores os índices foram piores. Em 2013, as precipitações entre fevereiro e maio ficaram 37,7% abaixo da média em, em 2012, 50,7%. “Estamos no terceiro ano de estiagem e devemos focar nos impactos que isso traz para o Ceará”, alerta Martins. A Funceme faz um alerta para os níveis dos reservatórios. “Tivemos uma recarga de apenas 28% da média esperada. Temos bacias, como a de Crateús, em situação muito grave. As chuvas diminuirão muito e a evaporação e o consumo vão baixar ainda mais os níveis dos reservatórios”.
Para Martins, deve ser dada uma atenção especial para o Oceano Pacífico em 2015, pois há um indicativo de grande possibilidade de haver El Niño. “Não é uma previsão, é uma preocupação. Há um sinal forte mostrando aquecimento no Pacífico no início do ano que vem. Um quadro de El Niño é associado a poucas chuvas no Nordeste. Devemos nos preparar para um quadro mais crítico”