Um adolescente de 17 anos suspeito de cometer nove estupros foi liberado do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Luziânia,
no Entorno do Distrito Federal, por decisão da Justiça. Conforme a
medida, o local não tem condição de abrigar o menor, pois não possui ala
de isolamento e ele não pode ficar na mesma área que os outros internos
por representar riscos. A mãe do garoto não concorda com a soltura do
filho: “Morro de medo. Estou levando ele para a casa da minha filha. Eu
tenho até dó dela porque minha filha tem dois bebezinhos”.
O adolescente ficou 45 dias internado. Como não há ala de isolamento no
Case, ele ficou em uma sala do setor administrativo. O garoto também
não participou de nenhuma atividade educativa durante o período.
Segundo uma funcionária do Case, que não quis ser identificada, laudos
apontam que o adolescente sofre de vários transtornos psiquiátricos e
não deveria ser solto. “Com certeza, ele não está preparado para voltar
para o convívio social, pois a gente não conseguiu desenvolver um
trabalho com ele devido ao processo de greve. E, além do trabalho
desenvolvido aqui, ele precisaria de outros tipos de acompanhamentos”,
afirmou.
Como o menor, outros nove adolescentes infratores foram liberados
devido à falta de estrutura do local. A situação do Case piorou depois
de uma rebelião há cerca de 15 dias, quando internos destruíram duas
alas e a capacidade do prédio diminuiu ainda mais.
A coordenação do centro socioeducativo informou que tinha comunicado ao
Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes que a unidade não
tinha condições de abrigar o menor. Como não houve resposta do órgão, o
Case recorreu ao Ministério Público, que pediu à Justiça a liberação do
adolescente.
Mesmo com a decisão judicial, o presidente do grupo de apoio, André
Luis Gomes Schroder, alega que o Case de Luziânia tem condições para
internar o adolescente. Ele informou ainda que o menor estava instalado
de forma provisória apenas enquanto as alas destruídas na rebelião
passavam por reforma.