Os primeiros médicos estrangeiros selecionados para o Ceará no Programa Mais Médicos chegaram a Fortaleza na noite desta sexta-feira (23). O grupo de oito profissionais, sendo quatro brasileiros, desembarcou às 21 horas no Aeroporto Pinto Martins. "Sabemos de condições precárias, a gente foi informado disso, mas com a ilusão de experimentar as coisas e melhorar, temos esperança de melhorar", diz o médico boliviano Roberto Paz, de 41 anos.
Roberto Paz era especializado em sistemas sanitários na Espanha e escolheu trabalhar no Brasil por meio do Mais Médicos devido a dificuldades econômicas na Europa. "Está faltando emprego na Europa e queríamos vir para cá, sabemos também das dificuldades daqui, mas o salário também foi atrativo", diz.
Ele vai passar três semanas alojado no Batalhão 23º Batalhão Militar, em Fortaleza, onde recebe um curso elaborado pelo Ministério da Educação para exercer a função no Brasil. De acordo com o MEC, eles vão receber aulas de português, estudar a legislação brasileira voltada para prática da medicina e conhecer o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os 244 médicos selecionados na primeira etapa do programa começaram a desembarcar a partir desta sexta em oito capitais onde participarão do módulo de avalição do programa sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa.
Após a aprovação nesta etapa, serão encaminhados aos municípios e começam a atender a população a partir de 16 de setembro. Os custos com alojamento e alimentação serão pagos pelo Governo Federal.
A edição deste ano do Exame de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida) será aplicada neste domingo (25) para 1.772 médicos formados em universidades de fora do Brasil. O número, divulgado nesta quinta-feira (22) pelo Ministério da Educação, é recorde para a prova. Em 2012, foram 884 inscritos e 77 aprovados. Em 2011, fizeram a prova 677 pessoas, e 65 conseguiram passar.
A prova deste ano será aplicada em Brasília, Rio Branco, Manaus, Salvador, Fortaleza, Campo Grande, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. Para esta edição, o exame tem a adesão de 37 universidades públicas. Pelo menos outras seis universidades públicas fazem um processo paralelo para validar os diplomas de medicina.